Desafios para o futuro marcam os 70 anos da Estação Experimental do Arroz

Estação Experimental do Arroz, do Irga, comemorou 70 anos.

A Estação Experimental do Arroz, do Instituto Rio Grandense do Arroz, autarquia vinculada a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio do Estado, comemorou 70 anos nesta quarta-feira (15), com o propósito de ir além, trabalhando e preparando os desafios para o futuro. “O governo do Rio Grande do Sul comemora o excelente resultado da lavoura arrozeira, com o estado sendo referência no trabalho de pesquisa, através da capacitação do pessoal da extensão”, sinaliza o secretário da Agricultura João Carlos Machado.

Conforme ele, o estado está diretamente envolvido com a lavoura arrozeira, na busca cada vez maior pela modernização. “Uma mostra disso é que em dez anos o estado dobrou seu volume de produção de arroz, sendo hoje responsável por 62% do arroz produzido no Brasil”, disse.

O presidente do Irga, Maurício Fischer, salienta que autarquia, por meio do governo estadual, está buscando um crescimento na extensão, investindo na modernização de oficinas, em centros de treinamento e na instalação de equipamentos para os laboratórios de tecnologia. “Apenas para ter uma idéia, dos R$ 27 milhões disponibilizados ao setor arrozeiro pelo plano de investimento do governo, mais de 50% está sendo direcionado as áreas de pesquisa”, analisa.

O gerente da divisão de pesquisa da Estação Experimental do Arroz, Athos Gadea, afirma que, além de comemorar os 70 anos de atividades voltadas à pesquisa e ao desenvolvimento do setor, a autarquia também se prepara para os próximos desafios. “Através das últimas diretorias do Irga fizemos um trabalho de estruturação e agora estamos buscando inovações, através de nova área de biotecnologia e laboratórios, da adequação dos maquinários, construção de um centro de treinamento, investimentos em pesquisa nas regionais e reestruturação da estrutura para o atendimento das legislações ambientais”, pontua.

Projetando o cenário atual da cadeia produtiva arrozeira, o diretor comercial do Irga, Rubens Silveira, afirma que, apesar da ocorrência de baixa no preço no período de colheita no estado, algo que historicamente acontece desde 1975, o fato da safra ter ficado próxima a 8 milhões de toneladas não chega a trazer maiores preocupações em termos de mercado. “Enquanto o Brasil não atingir uma produção de 13 milhões de toneladas, volume que corresponde ao consumo interno, esse maior volume aqui produzido não terá grande influência sobre o preço. Por outro lado, a maior produção registrada mostra a seriedade do produtor gaúcho para realizar investimentos em tecnologia, que fizeram dele uma referência no País”, destaca.

Na questão da comercialização, Silveira esclarece que o trabalho bem feito pelo Irga, Federasul e Farsul, através de mecanismos como opções e EGFs fizeram com que o preço inicialmente baixo mostrasse recuperação ao longo do ano. “Como entidades, o conselho a ser dado aos produtores neste momento é de uma venda escalonada, sem que haja retenção demasiada da oferta ou uma venda muito elevada, de modo a evitar uma superoferta em um momento próximo”, explica.

Silveira revela ainda que na exportação o Rio Grande do Sul comercializou 449 mil toneladas de arroz no primeiro semestre, ou mais de 50% de sua meta anual, que corresponde a 10% da safra. “O importante é que dessa venda, 63% correspondeu a arroz elaborado, da qual 56% foi de arroz parboilizado. Isso mostra que o estado está agregando valor e se consolidando como um grande player mundial. Se hoje somos o nono maior exportador mundial, em breve seremos os maiores exportadores depois dos países asiáticos”, projeta.

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