Arroz transgênico deverá ser liberado pelo governo chinês

A mudança de atitude em relação à produção de alimentos geneticamente modificados começou na China, no ano passado.

Defensores do arroz transgênico dizem que ele é mais resistente a pragas e mais agradável ao paladar, podendo ser o caminho para o mercado na China. A aprovação final para comercializar o produto está próxima, na China. A mudança de atitude em relação à produção de alimentos geneticamente modificados começou na China, no ano passado. O país não permite qualquer venda ou plantação de arroz transgênico.

Em 2005, o Greenpeace denunciou a venda de arroz transgênico na província de Hubei, causando uma grande polêmica. A China tem trabalhado em pesquisa de arroz transgênico e está fortemente considerando sua comercialização, segundo Niu Dun, vice-ministro da Agricultura.

Em julho, o Conselho do Estado aprovou um projeto importante envolvendo a pesquisa e desenvolvimento de alimentos transgênicos, incluindo carnes e outros produtos. O Conselho espera investir cerca de 20 bilhões de yuans (moeda local) em engenharia transgênica desde então. Em 2020 o país poderia ser um líder em alimentos transgênicos, clonagem, tecnologia transgênica em larga escala.

Arroz e milho são os itens mais próximos da comercialização, embora Niu não tenha revelado quando a aprovação para vender arroz transgênico pode vir. A produção de arroz é um marco crucial na Ásia e em toda a área do Pacífico e o aumento da produção faria uma diferença enorme.

De acordo com o Centro Chinês de Política Agrícola, o arroz transgênico pode levar a um corte de 80% na utilização de pesticidas. O arroz transgênico também pode aumentar a produtividade em cerca de 6%. Mas os adversários dos alimentos transgênicos dizem que as implicações para a saúde no longo prazo são desconhecidas. Fang Lifeng disse que a comercialização teria um grande impacto sobre a Ásia. Segundo ele, vale a pena se preocupar com as consequências ambientais de arroz transgênico.

David Huang, da Longping High-Tech Co Ltd, disse que a China deve ter cuidado. Ele disse que vai levar tempo para o mercado de arroz se abrir para a tecnologia transgênica. Essa tecnologia, sem comprovação científica, não deve ser utilizada, segundo ele. O Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agri-biotecnologicas (ISAAA) mostra por relatórios que existem agora 60 vezes mais plantas transgênicas cultivadas do que há 10 anos.

Elas são encontradas em 22 países e, como resultado, cerca de 224.000 toneladas de pesticidas não são usadas. A China produz atualmente 135,1 milhões de toneladas de arroz (beneficiado). Na China, a segurança dos alimentos transgênicos não é apenas uma questão científica, mas tem uma importância econômica e política, segundo Cao Mengliang, pesquisador sobre o arroz molecular na China National Hybrid Rice R & D Centre.

A tecnologia ainda não foi comercializada, mas está sendo considerada por autoridades do governo. Estudos sobre a segurança da tecnologia já foram concluídos. Discussões sobre abri-la ou não para o mercado estão agora na fase final. Agora, o certificado de segurança é a última coisa que precisa antes de comercializar a produção, segundo Cao. Resistência a insetos, implicações dos pesticidas, controle de doenças, melhoria de qualidade e do paladar são pontos de atenção. O arroz transgênico pode ser bem recebido pelos agricultores por seu potencial de gerar maiores lucros, em parte devido à sua menor necessidade de agrotóxicos.

Wang Xiusong, consultor de arroz para o Ministério da Agricultura, disse que alguns obstáculos ainda bloqueiam utilização em larga escala da tecnologia, incluindo o fato de que a sua estabilidade genética pode variar drasticamente. Ele acredita que os transgênicos poderiam ser usados como uma medida complementar, mas não como a principal.

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