Cesta básica fica mais barata em Fortaleza (CE)

O conjunto de produtos de alimentação básicos na Capital tiveram queda de preço pela 2ª vez consecutiva. O arroz foi um dos produtos que barateou.

Pelo segundo mês consecutivo e pela quinta vez no ano, a cesta básica de Fortaleza registra deflação. Em agosto, a redução nos preços dos produtos foi de 3,05% e no acumulado de 2009, a queda chega a 10,52%. Com a alta, o conjunto dos 12 itens essenciais somou R$ 176,57 – valor que corresponde a 41,3% do salário mínimo líquido (R$ 427,80). Com o resultado, a Capital cearense detém a segunda alimentação mais barata do País, ficando acima apenas de Aracaju ( R$ 168,06).

Segundo Ediran Teixeira, coordenador de Pesquisas do escritório do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), no Ceará, “o comportamento de declínio da cesta está ligada especialmente a queda no preço do tomate, que caiu 13,85%. O produto está em plena safra e ainda há espaço para recuo”.

Contribuíram também para o decréscimo de preço da ração mínima, o pão (-3,87%), óleo (-3,47%), a farinha (-3,35%), o arroz (-2,59%), a banana (-1,62%) e a carne (-1,00%).

Para Teixeira, “a tendência no custo da cesta básica é de declínio e se esses componentes continuarem caindo, é provável que a alimentação de setembro se torne ainda mais barata”.

Tendência

A variação negativa nos preços na cesta básica foi observada também nos últimos seis e 12 meses, com o registro de -3,60% e -1,01%, respectivamente. Neste cenário, a alimentação básica esteve mais cara em fevereiro/09 (R$ 183,16) e em agosto/08 (R$ 178,37), relativamente ao mês passado (R$ 176,57). No semestre, os produtos que registraram maior redução de preço, foram: feijão (-19,68%), óleo de soja (-12,59%) e arroz (- 9,97%). As elevações mais significativas ocorreram no açúcar (22,56%), manteiga (7,04%) e no leite (6,04%).

Na série de 12 meses, as deflações foram observadas no feijão (- 43,64%), no arroz (-17,14%) e no pão (-16,46%). Entre os itens que sofreram alta nos preços, as mais expressivas foram no açúcar (55,24%), no tomate (25,95%) e no leite (22,93%). Em agosto, a cesta básica de Fortaleza registrou o segundo menor valor (R$ 176,57) do País. Das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, nove mostraram redução sendo que o recuo mais expressivo ocorreu em Natal (-3,22%). Em Vitória, o valor para o conjunto de gêneros alimentícios essenciais manteve-se praticamente inalterado e sete localidades apresentaram alta, com destaque para Curitiba (2,30%) e Manaus (1,15%). Em Porto Alegre, a aquisição dos itens básicos custou R$ 238,67, o maior valor dentre as cidades pesquisadas.

Salário necessário

Com base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família, o Dieese estima o piso de R$ 2.005,07, o que representa 4,31 vezes o mínimo em vigor, de R$ 465,00. Em julho, o mínimo era estimado em R$ 1.994,82 (4,29 vezes o menor salário pago), enquanto em agosto do ano passado correspondia a R$ 2.025,99, ou seja, 4,88 vezes o piso então vigente (R$ 415,00).

Horas trabalhadas

Para adquirir a cesta básica, o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir, em agosto, na média das 17 capitais pesquisadas, uma jornada de 96 horas e 37 minutos, ligeiramente menor que a exigida em julho (97 horas e 12 minutos).

Em agosto de 2008, a mesma compra comprometia 110 horas e 12 minutos.

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