Arroz rico em nutrientes reforça alimentação de crianças no MA

Entre dez mil variedades, a Embrapa escolheu duas. Uma apresenta 15 miligramas de ferro por quilo. A outra tem três miligramas de zinco por quilo. São três vezes mais que o arroz comum consumido na região.

A Embrapa está distribuindo sementes de arroz ricas em ferro e zinco para os pequenos agricultores do leste do Maranhão. A região tem um grande índice de doenças ligadas à desnutrição alimentar.

Casebres de barro e palha, fincados no chão esturricado pela seca, abrigam crianças raquíticas e a fome no leste do Maranhão. Cerca de um milhão de maranhenses vivem na penúria, com insegurança alimentar grave, segundo dados do IBGE. Segundo o Instituto Internacional de Pesquisas sobre Pesquisas Alimentares, consomem dietas pobres em micronutrientes essenciais, sobretudo ferro e zinco.

Vinte e seis por cento das crianças maranhenses sofrem de raquitismo, segundo o Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Os organismos internacionais consideram a região a mais pobre do continente e de auto risco de desnutrição. A maioria das famílias só tem o arroz como fonte de alimento. O drama da fome no Maranhão é tão grande que chamou a atenção de um centro internacional avicultura. A Embrapa Meio Norte integra uma coalizão internacional criada só para combater os efeitos da fome no mundo.

As crianças maranhenses foram incluídas no programa. Famílias pobres do Vale do Itapecuru recebem sementes de alimentos mais nutritivos, com maior teor de ferro e zinco, capazes de reduzir a desnutrição.

“O consumo de arroz que tem no Nordeste é no Maranhão. Como o maranhense gosta muito de arroz, fomos trabalhar em cima do arroz para melhor o valor de zinco e de ferro”, explicou a nutricionista Deusimar Rodrigues.

Entre dez mil variedades, a Embrapa escolheu duas. Uma apresenta 15 miligramas de ferro por quilo. A outra tem três miligramas de zinco por quilo. São três vezes mais que o arroz comum consumido na região.

“Estamos diante de uma estratégia inteligente e barata, muito barata. Não estamos alterando nem hábitos de consumo nem a cultura de ninguém”, falou José Almeida Pereira, agrônomo da Embrapa.

As duas toneladas de sementes distribuídas pela Embrapa são de variedades de ciclo precoce. A previsão é que a primeira safra seja colhida em três meses.

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