Clima reduz a safra

 Clima reduz a safra

Brasil produzirá menos por causa de clima e preços.

Seguindo tendência mundial, a safra brasileira de arroz 2009/10 será de 3,3% a 4,3% menor que a colheita anterior, quando foram produzidas 12,6 milhões de toneladas do cereal. Na safra 2009/10 o Brasil deve colher entre 12.061,4 e 12.180,3 mil toneladas, decrescendo 3,8% em valores médios. A expectativa consta do Levantamento de Safra de novembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

A razão principal da retração no Rio Grande do Sul, que representa mais de 62% da produção brasileira de arroz, é o fenômeno climático El Niño. Embora considerado de intensidade fraca, os efeitos são sentidos com estiagem no inverno e uma primavera de chuvas intensas, mas mal distribuídas. A lavoura gaúcha vem sendo plantada com atraso na comparação com o ano passado. A semeadura se estenderá por dezembro, mas a recomendação é conclui-la até 15 de novembro. O mesmo ocorre no Mercosul. 

No Centro-oeste brasileiro parte da área arrozeira será substituída por soja em razão dos preços pouco atraentes praticados em 2009. Uma parte dos produtores do Cerrado, que podem escolher o que plantar, diferentemente das várzeas gaúchas e catarinenses, preferiu apostar na possibilidade de maior rentabilidade da soja. 

Há ainda uma diminuição da área de arroz de sequeiro do Mato Grosso do Sul (10,0%), Minas Gerais (9,1%) e Mato Grosso (1,25%), reduzindo a área cultivada com arroz na safra 2009/10, que ficará entre 2.887,3 mil e 2.910,7 mil hectares, variando de – 0,7 a 0,1% para a safra 2008/09.

PRODUTIVIDADE
A produtividade média nacional esperada para esta safra é de 4.181 quilos/hectare, 3,5% menor que a alcançada na safra 2008/09. A diminuição é considerada normal porque o incremento da produtividade na safra passada foi consequência da produtividade recorde do Rio Grande do Sul. 

PERFIL

A produção do arroz irrigado, na sua grande maioria, utiliza os sistemas de plantio direto, cultivo mínimo e pré-germinado. A semeadura convencional é pouco usada, segundo a Conab, e justifica-se apenas quando o clima não permite o preparo antecipado do solo, como aconteceu no Rio Grande do Sul, que nesta safra terá 30% da área manejada neste modelo.  

Em Santa Catarina predomina o sistema de cultivo em quadros de áreas sistematizadas, o que favorece o uso das sementes pré-germinadas. No caso do arroz de sequeiro predomina o plantio direto para áreas cultivadas e o convencional para áreas abertas recentemente. Nas regiões Norte e Nordeste o predomínio é do plantio convencional tradicional.                                                                                                                                           

Fonte: Conab

FIQUE DE OLHO

No seu 2º Levantamento de Safra, a Conab indica que a lavoura de arroz brasileira vem crescendo em produtividade, embora a expansão de área esbarre na falta de terras apropriadas para a cultura irrigada de alta tecnologia. No Centro-oeste, Sudeste e Norte/Nordeste a semeadura será realizada de novembro de 2009 a janeiro de 2010.

“No Sul, de uma maneira geral, os produtores estão usando um pacote tecnológico considerado muito bom, aproveitando a redução do preço dos insumos, principalmente de fertilizantes. O constante uso das terras (sem rotação de cultura) está aumentando a infestação com arroz vermelho e as variedades CL não estão conseguindo cumprir sua função devido à segregação”, diz o relatório. O Mato Grosso do Sul deverá ser o primeiro a concluir o plantio no país. Nas regiões que cultivam arroz de sequeiro a semeadura já começou.

 

 

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