Colheita farta, enfim

Após acumular prejuízos com a catástrofe, colheita de arroz em Gaspar deve superar o dobro de 2009.

A colheita do ano passado foi a pior já vista por Jalmor de Souza, que trabalha há 40 anos na rizicultura. Com as chuvas de novembro de 2008, as sequelas na última safra foram irreversíveis, quando ele perdeu cerca de 30% da produção. Para esta safra, o agricultor está otimista: projeta colher 7,5 mil sacas de arroz. Com o dinheiro, planeja aumentar a produção nos bairros Macuco e Arraial e incentivar o trabalho do filho Diego, de 19 anos, que contraria a tendência de êxodo rural e trabalha com o pai.

A reviravolta de Souza é um retrato da retomada da produção de arroz no Vale. Gaspar espera colher mais de 600 mil sacas, mais do que o dobro do ano passado, consolidando o grão como a principal atividade econômica na área agrícola no município. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o Conselho Rural e a Secretaria de Agricultura promoverão até uma missa de ação de graças, dia 6 de abril, na Capela Santa Terezinha, para agradecer a colheita.

– Não dá para reclamar. Este ano, a colheita está muito boa. Quero aumentar a área plantada para 60 hectares – conta Souza, que tem hoje 52 hectares de cultivo.

Nas regiões de maior concentração de arroz, nos bairros Gaspar Grande, Lagoa e Belchior Baixo, o principal desafio – segundo o secretário de Agricultura, Alfonso Bernardo Hostert – é o assoreamento dos ribeirões com entulho e areia. A prefeitura pretende garantir a desobstrução com uma máquina hidráulica, responsável pela limpeza. Uma das metas é também aumentar a renda do produtor. Hoje, a saca de arroz é vendida em média por R$ 28.

– O único trabalhador que não pode fazer o seu preço é o agricultor. Quem regulamenta o preço é sempre o mercado, o engenho – reclama a presidente do Sindicado dos Trabalhadores Rurais, Ivanilde Terezinha Rampelotti, desde 1998 no cargo.

1 Comentário

  • Parabenizo esta renomada revista por retratar a região de Gaspar e Ilhota e suas matérias. Após tanto sofrimento, esses produtores estão se recuperando.
    A poucos dias critiquei pela falta de matérias desta região.
    Agora faço elogios a voces.
    Quem sabe possam fazer uma matéria futura, com relação a 2 º safra (a do rebrote – conhecida popularmente por soca), que inicia-se a partir do mês de maio.

    Um abraço

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