Eliminar a resteva controla a incidência da lagarta-da-panícula na lavoura de arroz

 Eliminar a resteva controla a incidência da lagarta-da-panícula na lavoura de arroz

Jaime Oliveira orienta produtores sobre o manejo de pragas em Dias de Campo promovidos pelo Irga

Segundo o chefe da equipe de Fitotecnia do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Jaime Vargas de Oliveira, as pesquisas apontam o aumento da ocorrência do inseto nos últimos cinco anos.

Os produtores devem estar atentos ao manejo de insetos-praga na lavoura de arroz no Rio Grande do Sul. No período da colheita o inseto de maior ocorrência é a lagarta-da-panícula – Pseudaletia spp causando significativas perdas de produtividade. Na safra 2008/09, 50% da área do Estado foi afetada, o que representa mais de 450 mil hectares da área. Neste ano, cerca de 25% da área já foi atacada pela lagarta.

Segundo o chefe da equipe de Fitotecnia do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Jaime Vargas de Oliveira, as pesquisas apontam o aumento da ocorrência do inseto nos últimos cinco anos. “A lagarta-da-panícula se instalou na lavoura a partir do ano de 2003 e a cada ano vem aumentando a incidência”, afirma. As populações são maiores nas regiões da Depressão Central, Fronteira Oeste, Campanha e Planície Costeira Interna. O inseto-praga ocorre na fase de afilhamento, ou seja, aos 60 dias após a emergência, mas a maior ocorrência se dá a partir da emissão da panícula, principalmente em março quando as temperaturas ficam mais amenas.

“Durante o dia as lagartas encontram-se abrigadas na parte inferior das plantas, subindo a noite para atacarem as panículas”, explicou a pesquisadora do Irga, Thais Freitas. A agrônoma diz que esses insetos são difíceis de serem encontrados, por isso é importante que após a emissão da panícula, o produtor realize amostragens periódicas na lavoura, preferencialmente ao final da tarde. Como medida de controle das lagartas, o Irga recomenda a eliminação da resteva logo após a colheita. A técnica poderá eliminar em até 100% desses insetos para a próxima safra ou reduzir significativamente a população. Para Oliveira, as perdas em produtividade podem chegar até 20%. A cada lagarta por m² ocorre redução de 3% da produtividade.

Alguns produtores encontraram problemas por desconhecer esse inseto em lavouras que foram atingidas pelo granizo. “Com a semeadura na época correta, o arrozeiro vai colher mais cedo e a incidência desse inseto será menor”, destaca o pesquisador. Conforme o agrônomo, algumas regiões tiveram perdas elevadas com mais de 25 sacos por hectare. Ele explica que a fêmea coloca 600 ovos e o período de vida da lagarta é de 22 dias, ocorrendo em toda a lavoura.

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