Japão apoia país a suprir défice de 341 mil toneladas de arroz

O Brasil e a Argélia são outros países que apoiam Moçambique no aumento da produção agrícola.

Moçambique tem um défice em arroz de 341 mil toneladas anuais, que está em parte a ser suprido com apoio do governo japonês, quer com a oferta de alimentos quer na ajuda à produção no Regadio de Chokwé (Sul).

O número foi hoje avançado pelo vice ministro da Indústria e Comércio de Moçambique, Kenneth Viagem Marizane, quando da apresentação do Projeto Limpopo, um tipo de arroz a ser produzido em Chokwé com o apoio do governo japonês.

Segundo Susumu Segawa, embaixador do Japão em Moçambique, o apoio à produção de arroz começou em 2007, através do programa de ajuda alimentar nipónico ("Grant Aid") e baseia-se na espécie Limpopo, uma semente do Madagáscar que necessita de menos fertilizantes e é adequada ao clima no Sul do país.

A embaixada do Japão promoveu hoje uma prova do arroz Limpopo, que quer ver divulgado e vendido na capital do país. Na semana passada, o Japão já tinha oferecido a Moçambique 10 milhões de dólares (7,4 milhões de euros) para comprar arroz (600 toneladas).

Salomão Matsule, diretor do Regadio de Chokwé, disse à Lusa que foi com apoio japonês que foi reparado o canal geral e um troço de 14 quilómetros do Regadio.

O Regadio tem 33 mil hectares mas as cheias de 2000 destruíram-no completamente, estando atualmente sete mil hectares a ser reabilitados com apoio nipónico.

O Regadio, adiantou ainda o responsável à Lusa, dá emprego a quase 40 mil pessoas. O Banco Islâmico de Desenvolvimento está a recuperar mais sete mil hectares e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está a recuperar outros sete mil.

Além de Chokwé, a Agência Japonesa para a Cooperação Internacional (JICA) está também envolvida em projetos de aumento da cultura de arroz (e de outras culturas, como o feijão) noutras zonas do país. O Brasil e a Argélia são outros países que apoiam Moçambique no aumento da produção agrícola.

Hoje, em conselho de ministros, o governo aprovou os termos de referência para o lançamento da segunda campanha agrícola 2009/2010, no âmbito da estratégia que visa assegurar a disponibilidade de comida no país, procurando mobilizar produtores, líderes tradicionais e sociedade civil a aderirem em massa e ativamente à produção de comida e à respetiva comercialização.

"Neste âmbito, as populações serão incentivadas a explorar intensivamente os sistemas de regadio disponíveis. Para as zonas atingidas pela seca, as populações serão incentivadas a priorizar culturas resistentes à falta de chuva e a vacinar tanto as aves quanto os animais para incrementar a sua reprodução por forma a que a carne esteja disponível para o consumo", disse o porta-voz do governo, Alberto Nkutumula.

De acordo com Kenneth Viagem Marizane, Moçambique precisa para este ano de 1,5 milhões de toneladas de arroz.

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