Dias melhores virão

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Setor acredita em recuperação a partir do segundo semestre
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O gestor da Unidade de Grãos/Arroz da Cooperativa de Agricultores de Plantio Direto (Cooplantio), Camilo de Oliveira, prevê que 2010 será um ano de mais importação e menos exportação, depois de três anos exportando mais do que importando. “Por enquanto tudo está indefinido, mas acredito que vai ter alguma exportação, claro que não nos mesmos volumes registrados em 2009, ou seja, algo em torno de 450 mil toneladas”, estima. 

A Cooplantio começou a exportar em maio de 2009 e até agora já foram seis embarques em contêineres (100 ao todo), totalizando 2.500 toneladas para a Europa (Espanha), Rússia e África. “Claro que o mercado internacional vai ter menos arroz, mas por outro lado haverá mais negócios internacionais. Acredito que a partir de maio vai haver uma recuperação, quebra em outros países e os preços passarão a reagir. A Cooplantio fidelizou alguns clientes e vai atender mesmo que a gente não consiga remunerar tão bem. Isso vai acontecer, mas dificilmente vamos abrir para novos clientes”, garante. 

Para o diretor de negócios da Camaquã Alimentos, Marco Aurélio Amaral Jr, o setor vivencia um contratempo nesta nova safra, o que acarretará em algum prejuízo para a cadeia produtiva. “As perdas serão compensadas como sempre pela entrada de arroz tanto do Uruguai como da Argentina. Também é preciso prestar atenção no Paraguai, que já está de olho forte no mercado brasileiro e investindo tanto na produção quanto no parque industrial para poder ofertar cada vez mais seu produto ao mercado brasileiro”, alerta. 

Segundo o dirigente, “as lideranças do setor já sabem que logo seremos superavitários em produção de arroz e que não podemos mesmo com a quebra deste ano deixar de manter nossa janela aberta para o mercado de exportação, pois conquistamos espaço e geramos expectativas em ambos os lados. Temos qualidade e somos competitivos em logística. Então acredito que o Brasil está pronto para não mais sair deste mercado. O que precisamos neste momento delicado é de apoio governamental para que, com as ferramentas corretas, possamos nos alinhar no sentido de manter a competitividade até que o momento de incerteza seja superado”, avalia. 

A Camaquã Alimentos está focada no mercado de arroz parboilizado, com produção instalada de até 17.000 toneladas ao mês. “Baseado nisso estamos prontos para atender demandas importantes no mercado externo. Exportamos desde 2001, mas nada comparado aos volumes que começamos a comercializar a partir de 2008. No ano passado exportamos direta e indiretamente 33 mil toneladas de Parboil, tanto a granel quanto em contêineres para Europa, Caribe, África e Oriente Médio”, destaca. 

O diretor-presidente da trading Rice Company do Brasil, Pércio Greco, estima que deverá haver um crescimento do comércio mundial de arroz, que em 2009 foi de 32 milhões de toneladas, para 34 milhões de toneladas em 2010. “As exportações brasileiras de quebrados vão se manter. É importante frisar que o Brasil não parou de exportar e vai continuar exportando. É claro que não nos mesmos volumes do ano passado. Acredito que em 2010 o volume será de 300 mil a 400 mil toneladas. A perspectiva é de que as coisas melhorem já a partir do segundo semestre”, projeta.

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