Fenarroz pode mudar, admite presidente

Érico Razzera diz que suas expectativas foram superadas, mas promete avaliar as reclamações.

A 16ª Feira Nacional do Arroz chegou ao seu fim ontem, mostrando no último dia por que ainda é o principal evento de Cachoeira do Sul (RS), a Capital Nacional do Arroz. Embora o tempo nublado e até mesmo uma garoa do início da tarde, muitos cachoeirenses prestigiaram o evento, formando filas nas bilheterias da feira. Durante nove dias, a Fenarroz manteve seu título de grande evento – tanto pela presença de grandes expositores do mercado nacional e internacional, quanto pelo casamento de feira de negócios e festa popular, capaz de levar famílias inteiras até o parque, seja para visitar os estandes ou ter uma tarde de lazer.

O presidente da Fenarroz, Érico Razzera, avaliou a feira no início da tarde de ontem, antes de se dirigir para a foto oficial da executiva. Bem-humorado em sua sala no Ginásio Arrozão, Razzera afirma que toda a executiva acabou surpreendida com os resultados do evento, tanto em público como no feedback dos expositores. “Tínhamos uma perspectiva de que seria uma boa feira, mas fomos surpreendidos pelo porte que esta edição tomou, em comparação com a 15ª Fenarroz”, disse.

Lembrando que havia uma projeção de que o mau momento dos arrozeiros pudesse atrapalhar o evento, Razzera diz que a conclusão “em nove dias de evento, tanto de público como empresários e expositores, é de que esta foi a mais imponente de todas as feiras”. O presidente adianta que 80% dos expositores já confirmaram o retorno para a 17ª Fenarroz, que será na última semana de maio de 2012. A visão do presidente, porém, não é a mesma de grande parte dos expositores ouvidos pela reportagem, que pedem uma feira mais curta.

MUDANÇAS – Questionado sobre a avaliação do evento e possíveis mudanças, o presidente comenta que primeiramente é preciso dar um tempo para acalmar o ritmo acelerado para posteriormente marcar uma reunião da executiva e elaborar um relatório da feira. Razzera dá algumas pistas de que poderão haver alterações, mas que “não mudarão o estilo da Fenarroz”. Entre estas mudanças, está a redução do período do evento. Uma das ideias é de que a feira volte a ter uma semana, iniciando na segunda-feira e finalizando no domingo, tornando o evento “mais intenso”. A medida pode ser uma das primeiras a serem tomadas como forma de atender aos anseios dos grandes expositores. Também existe a possibilidade de privilegiar uma programação cultural no encerramento do evento, após a semana dedicada às vendas do setor orizícola.

TRÊS PERGUNTAS SOBRE
A 16ª Feira Nacional do Arroz

Ainda dá para manter feira casada com festa, como é a atual filosofia da Fenarroz?
Atento às opiniões de alguns grandes expositores e até mesmo ao sentimento popular, o presidente da Fenarroz, Érico Razzera, afirma que o casamento da feira de negócios com festa popular deve continuar. “Precisamos saber separar, mas sem desmontar o evento”, comenta. Ele ressalta ainda a programação técnica debatendo a cadeia orizícola, transformando a Fenarroz em um fórum do arroz. Razzera relembrou o conselho que deixou para os produtores durante a última palestra, na sexta-feira, quando pediu que os arrozeiros se unam e definam seus pedidos para o Governo Federal. “É preciso união para pressionar pelas políticas de apoio”, entende.

E a eleição direta para rainha, vai continuar?
A escolha das soberanas da 17ª Feira Nacional do Arroz deve seguir com a fórmula adotada nesta edição, com a escolha democrática da população. A forma como a eleição acontecerá, porém, deve ser estudada e modificada. A ideia é espalhar urnas pela cidade e habilitar ao voto somente eleitores que possuam título, com idade a partir dos 16 anos. O presidente da Fenarroz, Érico Razzera, comentou que não era esperada a participação da comunidade, que compareceu à votação mesmo em um domingo chuvoso, contabilizando mais de 4 mil votos.

Por que a Fenarroz 2010 não teve o tradicional desfile de políticos?
Diferente de outras edições, a 16ª Fenarroz foi abandonada pelos políticos. Embora em ano eleitoral, o Governo Federal nem sequer enviou representante para a abertura do evento. Nem a governadora Yeda Crusius ou os pré-candidatos ao Palácio Piratini, José Fogaça e Tarso Genro, apareceram em Cachoeira para prestigiar o evento. A representação política da esfera federal foi somente o deputado federal José Otávio Germano, que é cachoeirense. Outros deputados deram as caras, assim como a candidata ao Senado Ana Amélia Lemos, embora estes últimos fossem convidados na programação técnica. Para o presidente Razzera, que prefere evitar polêmica, a falta dos políticos na Fenarroz apenas reflete uma realidade que normalmente prejudica Cachoeira: a falta de representantes cachoeirenses no parlamento gaúcho e junto aos governos estadual e federal.

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