Muita conversa, pouca ação

 Muita conversa, pouca ação

Lideranças arrozeiras se reúnem com o ministro Wagner Rossi

Em reunião nessa quarta-feira, no MAPA, arrozeiros não conseguiram um posicionamento definitivo do Governo Federal para suas demandas mais urgentes.

Ainda não foi dessa vez que os arrozeiros brasileiros arrancarmedidas práticas do governo federal com relação aos prejuízos causados pelo fenômeno “El Niño” na safra gaúcha, recursos para a garantia de preços mínimos por meio dos mecanismos de comercialização, prorrogação de custeio e elevação de impostos sobre a importação de arroz subsidiado de terceiros mercados.

Na última quarta-feira o presidente da Federarroz Renato Rocha voltou a cobrar tais medidas em reunião com o ministro da Agricultura Wagner Rossi. Participaram o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS), o presidente da Câmara Setorial do Arroz e representante da Farsul, Francisco Schardong, o presidente do Irga, Maurício Fischer, o presidente da Associação de Arrozeiros de Restinga Seca, Cláudio Possebon, o secretário executivo do Mapa, Gerardo Fontelles, e representantes da Aprosoja e CNA.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, considerou que apesar da falta de posicionamento do governo federal, que frustrou a expectativa do setor, a cobrança de medidas será intensificada por meio da política setorial e por meio de deputados e senadores da bancada gaúcha e do agronegócio. Segundo Rocha, essa semana será ampliado o trabalho das entidades no sentido de desenvolver ações para sensibilizar o governo. “Saímos da reunião com a certeza de que o governo já conhece nossas demandas, nossos problemas e, pela nossa ação proativa, dispõe das ferramentas para atendê-los. Agora é uma questão de vontade política”, cita.

A Federrroz solicitou, em nome do setor arrozeiro, as seguintes medidas: elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) de 12% para 30% para arroz de terceiros países; liberação de mecanismos de comercialização – Contratos de Opções Públicas, Aquisição do Governo Federal (AGF) e PROP; ajustes no PRODUSA (linha de socorro aos produtores) e prorrogação de custeios, investimentos e revisão de prazos de prorrogações. O ministro Rossi foi simpático ao aumento da TEC, mas disse que a decisão depende também de outros ministérios, como Indústria, Comércio e Desenvolvimento (Camex), Casa Civil, Fazenda e Desenvolvimento Agrário. Assim, políticos e lideranças setoriais já encaminharam a demanda para essas pastas.

Apesar da existência de recursos e insistência do setor, pois algumas regiões gaúchas já operam com cotações referenciais abaixo do preço mínimo de garantia, o ministro Wagner Rossi disse que o Governo entrará no mercado quando a média dos preços estiver abaixo desse patamar. “Deixamos clara mensagem de que é preciso agilizar esse processo”, avisou Rocha. Com relação ao PRODUSA, os ministérios da Fazenda e MAPA, reconheceram que ainda não encontraram a forma ideal de fazer os ajustes sugeridos pelo setor produtivo para viabilizar o acesso aos recursos pelos produtores. Serão intensificadas as cobranças políticas de solução para esse problema.

PRORROGAÇÕES

O ministro Wagner Rossi e o secretário-executivo do Mapa, Gerardo Fonteles, informaram que foi encaminhada ao Ministério da Fazenda uma proposta que prevê a suspensão do vencimento das parcelas das operações de custeios alongados de safras passadas e investimentos que vencem este ano. Fonteles explicou que a idéia é dar um fôlego ao setor, de modo que o fluxo de caixa atual (2010) não seja comprometido. A medida depende de posicionamento da área econômica do governo.

Custeio depende de posição do Banco do Brasil

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, acompanhado de lideranças arrozeiras gaúcha e do deputado Luis Carlos Heinze (PP/RS), reuniu-se com dirigentes do Banco do Brasil nesta quarta-feira em Brasília (DF), onde reforçou as demandas do setor encaminhadas na semana anterior sobre o Pré-Custeio. Já nesta quinta-feira as agências da instituição de crédito foram orientadas a flexibilizarem o acesso dos produtores à essa ferramenta, mesmo aos que não a realizaram na safra passada. Os interessados devem procurar as agências.

Ainda segundo informações da Superintendência Estadual do Banco do Brasil, alguns custeios que venciam em junho deste ano tiveram o vencimento jogado para o futuro, de forma a primeira parcela de todos os custeios de arroz vencerão a partir de julho/2010. “A medida é importante porque aliviará a oferta de produto no mercado, desacelerando a queda de preços que acontece nesse momento”, diz Renato Rocha, da Federarroz. A expectativa é de que ainda nessa sexta-feira o Banco do Brasil informe sobre a possibilidade de adiamento da 1ª parcela para acumular junto com a 4ª parcela, única possibilidade ventilada pela instituição.

3 Comentários

  • A situação esta desta forma horrível para o setor arrozeiro, neste ano de baixa produção….imaginem para o ano que vem, se a produção for boa, a classe terminara de quebrar de vez…Quem viver , verá. O custo da produção para o arroz devera ser de R$ 20,00 por saco, não sei como, mas devera ser, pois os preços a cada ano na hora de venda baixa mais..nunca vi coisa igual, descaso total dos setores competentes.

  • É exatamente esta a situação, este ano que não tem produto o preço despencou!!!! mas só para o produto!, a industria esta cada vez mais explorando e tirando tudo que pode de um setor que já não tem mais o que dar, é incrivel que a alguns anos estavamos brigando e colocando maquinas nas ruas para não vender arroz a R$ 24,00, e hoje com a atual tabela imposta pela industria estamos entregando a praicamente os mesmos R$ 24,00. O consumidor esta pagando mais e os produtores recebendo menos!!!! ONDE ESTÃO OS NOSSOS REPRESENTANTES????? NÃO TEMOS PARA QUEM RECORRER, ESTÃO CEGOS, SURDOS E PIOR MUDOS!!!! TEMOS QUE FAZER UM MOVIMENTO URGENTE, ANTES DE INICIAR O PROXIMO PLANTIO, O CASO É URGENTE!!!!!!!!!

  • Concordo plenamente! num ano sem produto, não temos preço!!! algo esta acontecendo por traz das nossas trincheiras, tem muita gente da industria infiltrada nos orgãos que deveriam apenas proteger os produtores!!!! Lembrem , na reunião da camara setorial em Camaquã os representantes das industrias negaram viementemente a existencia da tal nova tabela de classificação, aquela que esta colocando os preços la para baixo, negaram mas estão aplicando!!!! se é sabido por todos, porque os nossos representantes não tomam uma medida imediata!!!! alias, onde estão????? quem são???? já estamos no fundo do poço, só falta colocarem uma tampa!!!! PRECISAMOS DE UMA AÇÃO IMEDIATA.

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