Campo pretende parar a cidade

Produtores estão preparando protesto para o próximo dia 8 de julho, em Porto Alegre.

Para protestar contra a falta de apoio do Governo Federal para superar a crise que estão enfrentando devido à quebra da safra, os arrozeiros estão preparando o Dia A da agricultura, quando pretendem convencer todos setores da economia a paralisar suas atividades. Esta é uma das medidas do plano de ação definido na assembleia da Federarroz, que reuniu 245 produtores no sábado, no campus da Ulbra. Somente em Cachoeira do Sul, neste ano a quebra na safra chegou a 96 mil toneladas do cereal, com os produtores amargando um prejuízo na casa de R$ 90 milhões.

Segundo o presidente da União Central dos Rizicultores, Pinto Kochenborger, no dia 8 de julho haverá uma audiência pública dos produtores com os deputados da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. “Neste dia vamos reunir entre três e quatro mil produtores, de todas culturas, para fazer um grande protesto na capital”, frisa Pinto. Ele observa que neste protesto os produtores vão decidir data do Dia A e os meios de sensibilizar todos os setores da economia. “A gente vai sensibilizar a cidade. Se a gente quebrar e parar, o pessoal da cidade não terá o que comer. O campo é gerador de riqueza para toda cidade”, enfatiza Pinto.

De acordo com Pinto, de imediato a primeira medida adotada pelos arrozeiros é a venda de arroz apenas a partir de R$ 30,00. Ele afirma que o mercado opera hoje com valor inferior ao mínimo, que é de R$ 25,80 a saca de 50 quilos. “O custo é R$ 32,00 e hoje estão pagando R$ 25,60, um preço que não chega ao mínimo. Não é justo a gente produzir para ter prejuízo”, frisa Pinto. Para ele, o ideal é que hoje o saco de arroz estivesse sendo negociado a R$ 35,00 para ser rentável ao produtor.

LEILÕES – Outra medida anunciada são os leilões do cereal pelos produtores, com o preço do saco partindo de R$ 30,00. “Vamos pegar mil sacos de um, outros mil de outro, e fazer leilões para valorizar o nosso produto”, observa Pinto. De nada adiantar, a quarta forma de protesto dos produtores será trancar as fronteiras, evitando a entrada de produtos no Brasil. “Aí, os outros países vão pressionar o Brasil e talvez nós seremos ouvidos”, destaca Pinto. Os produtores descartaram fazer um caminhonaço até Brasília, pois esta forma de protesto é considerada cara.

Importante

Os produtores estão pedindo que o Governo Federal libere recursos para leilões de contratos de opções para sustentar os preços internos, atualmente abaixo do mínimo de R$ 25,80 a saca. O presidente da Federarroz, Renato Rocha, espera que o Governo promova os leilões na primeira semana de julho. Com os mecanismos em ação, os produtores têm a opção de segurar a oferta de arroz no mercado e equalizar preços. Se o mercado não reagir acima do preço mínimo, têm a opção de vender para o Governo.

ATENÇÃO

Outra reivindicação dos arrozeiros é elevar de 12% para 30% a Tarifa Externa Comum para restringir a entrada de arroz de terceiros mercados no Brasil. O setor parte do princípio de que há cereal suficiente no país para assegurar o abastecimento nacional e a entrada de arroz de outros mercados afetaria ainda mais as cotações internas, provocando sério prejuízo ao setor produtivo.

MULTIMÍDIA

Acesse o site www.planetaarroz.com.br e acompanhe as notícis da cadeia produtiva do arroz.

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