Federação apóia investigação da Assembléia sobre o arroz
Cadeia produtiva debateu a conjuntura na Assembléia Legislativa gaúcha
Reunião com a indústria não trouxe novas luzes aos métodos de classificação impostas pela indústria e transferência de renda dos produtores.
Reunião promovida nesta quinta-feira pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul colocou frente à frente o setor produtivo de arroz do estado e os representantes da indústria. Participaram: o presidente da Comissão deputado estadual Edson Brum, Renato Rocha presidente da Federarroz, Francisco Schardong, presidente da Câmara Setorial do Arroz e representante da Farsul, o diretor do Irga Rafael Malmann, Airton Hochscheid da Fetag, e os representantes da indústria Jairton Russo (Sindapel), Marco Aurélio Jr. (Abiap), Élio Coradini (Sindarroz/RS), André Barreto (Fearroz) e Nino Tuchtenhagen (Rede Arrozeiras do Sul) e vários diretores da Federarroz.
Diante da argumentação do segmento industrial, a Federarroz decidiu que não há outro caminho senão apoiar os deputados que querem uma CPI do arroz na Assembléia. O assunto será encaminhado em agosto, após o recesso parlamentar, segundo o presidente da Comissão da Agricultura, deputado Edson Brum. “A reunião serviu para a indústria apresentar velhas desculpas para novos problemas”, disse o presidente Renato Rocha.
Segundo ele, os empresários não assumiram responsabilidade pela tabela que gera prejuízos de 6% a 8% – até 20% em casos extremos – na compra de arroz em casca dos agricultores, embora todos saibam que ela surgiu em uma reunião dos empresários. “Élio Coradini argumentou que vende o fardo com prejuízos de até R$ 2,60 e, por isso, só pode pagar aos arrozeiros o que consegue repassar ao varejo e ao atacado. E também que precisa se adequar à nova classificação”, cita Renato Rocha.
Para o dirigente arrozeiro, porém, o argumento é “requentado”. “O discurso é o mesmo: prejuízos, margens apertadas, indústria esmagada pela carga tributária e vantagens fiscais de alguns Estados que importam arroz direto do Mercosul por via marítima. É um discurso que conhecemos há muito tempo, mas que não condiz com gigantescos investimentos que o segmento realiza anualmente em aumento da armazenagem, de secadores, capacidade de beneficiamento e compras de imóveis rurais e urbanos, com visível aumento de patrimônio de muitas indústrias”, destaca Renato Rocha.
PROPOSTAS
A Federarroz apresentou duas propostas à indústria gaúcha de arroz. A primeira é a retomada das normas de recebimento e classificação de arroz da safra 2008/09. A segunda é a entrega de recibo de depósito aos arrozeiros, como prevê a Lei da Armazenagem (Lei 9.973, de maio de 2000), regulamentada pelo Decreto 3.855, de julho de 2001. “A indústria tem obrigação de fornecer automaticamente o recibo ao produtor para o arroz depositado e só pode comercializá-lo com autorização do depositário. E sabemos que em muitos casos não é o que acontece”, frisou.
Ainda sobre o rigor da “nova” tabela de classificação, Rocha diz que a medida adotada pela Indústria, com adoção de tabela, foi uma atitude unilateral, arbitrária, pois o setor produtivo não foi convidado a negociar, e tal procedimento fere a Constituição Federal e a Lei Federal 8.884, de 1994, que estabelece a prevenção a assuntos referentes à ordem econômica. “Acreditamos que a medida pode ser caracterizada como infração à ordem econômica por determinar conduta comercial uniforme e concertada entre concorrentes, fixando prática de acordo e critérios de preços ao mercado. Há flagrante distorções no mercado em desrespeito à legislação vigente”, argumenta.
Para Rocha, “se o preço do arroz ao produtor baixou desde o início da safra até agora, mas subiu para o consumidor, é porque alguém está ganhando mais. Queremos saber quem ganha se o produtor perde, o consumidor paga mais caro e a indústria argumenta que está no prejuízo”, finalizou. Segundo ele, o certo é que o produtor está perdendo. Há muito tempo.
2 Comentários
A CPI tem que sair urgente pois a federarroz já tem todas as provas da formação de cartel
1 – Criação de uma tabela unilateral sem a participação dos produtoeres , apenas das industrias e corretores que foram divulga-lá.
2 – Os descontos da tabela foram apenas para os produtores, conforme amostras dos fardos da marcas das industrias que aplicam a tabela , não houve qualquer acrécimo de qualidade em seu produto, ou seja descontam umidade alem de cerca de 5 % de outros defeitos do produtor e os fardos continuam da mesma maneira ficando com 6 a 7 % do produtor
3 – Cerca de 40% das marcas pesquisadas estão irregulares ou seja estão vendendo arroz tipo 2 até 3 ou 4 por tipo1 , lesando o produtor e o consumidor com essa pratica criminosa.
4 – Estão aumentando a sua capacidade de recepção de arroz na safra, para trabalhar com a matéria prima do produtor por um longo periodo do ano conseguindo assim manipular os preços como bem entendem.
5 – O arroz vai pelo terceiro ano consecutivo valer mais na safra que na entresafra contrariando as leis da oferta e procura, pois na safra é o unico momento que existe concorrencia entre o as industrias para recepção de arroz verde.
6 – Existe uma reunião todas as segundas feiras no sindipel entre as industrias para controlar os preços do arroz, como todas tem arroz em casa cada semana uma compra e outras saem do mercado para o produto não subir combinando o preço a ser pago na semana.
Pois é orizicultores do estado, não é preciso ser nenhum economista para ver claramente a formação do cartel, isso é comum em varias partes do mundo em varios setores , sempre onde ha poucos compradores e varios vendedores , os poucos se organizam e manipulam o preço a seu favor. O que não pode é a industria achar que todos produtores são semianalfabetos para não se darem conta disso ,que foi tudo muito bem organizado criação de uma tabela penalizando quem seca o próprio arroz e visando quebrar os prestadores de serviço, divulgando que é melhor colocar o arroz verde na industria que os descontos são menores, para terem um estoque onde podem usar e ter tempo para fazer compras e importações sem ter que forçar o preço do produto. Orizicultor CPI já ou quebramos esse cartel ou eles quebram toda a orizicultura gaucha.
CPI JÁ!!! A tabela é completamente diferente da oficial do Ministério da Agricultura e TODAS industrias praticam a mesma, que coincidência?!
Não é de agora que preço PAGO ao produtor esta abaixo do mínimo, pois os preços médios divulgados são em cima da tabela nova da indústria, que foi uma bela forma de mascarar os preços a serem divulgados, ou seja, hoje o arroz que sai da propriedade e é vendido na indústria tem um desconto que pode chegar até 10% do valor divulgado, desta mesma forma o governo analisa os preços do produto e concluí que os preços praticados no mercado somente agora estão abaixo do mínimo, atrasando a liberação de recursos para comercialização.
Esta mais que na hora de se ter uma norma para PADRONIZAR o arroz, até o site da PLANTEAARROZ divuld]ga os preços um cima da tabela nova, eu gostaria de saber se algum produtor do planeta terra tem condições de produzir arroz nestes parâmetros, estes preços divulgados são baseados num produto que NÃO EXISTE, é impossível tecnologicamente produzir arroz com estes parâmetros, se ficarmos quietos daqui uns dias vão inventar uma tabela que o arroz tem que dar 80% de grãos inteiros e vão estar divulgando que o preço esta R$30,00, só que se o arroz der 65% de inteiros o vai ter um desconto de 25%, mas ai os governates e leigos vão seguir achando que o preço do arroz pe R$30,00.
BASTA, CPI DA TABELA JÁ!!!