Reunião debate produção e qualidade da cultura do arroz de terras altas em MT

Mato Grosso plantou 264 mil hectares de arroz, na safra 2009/2010, com uma produtividade de 3 mil quilos por hectare, com potencial para produzir 5 mil quilos por hectare, e com uma produção de 800 mil toneladas de arroz de terras altas.

Na busca de novos parceiros para o desenvolvimento da cadeia produtiva do arroz de terras altas em Mato Grosso, foi realizado, quinta-feira (29.07), no auditório da Federação das Indústrias de MT (Fiemt), em Cuiabá, uma reunião com produtores, empresários, pesquisadores e representantes de instituições públicas para debater a sustentabilidade da rizicultura e assegurar a oferta de grãos em quantidade e qualidade compatíveis com exigências do mercado. O presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz do Sul do Estado (Siar-Sul), Mauro Cabral de Moraes fala que 50% do arroz produzido é consumido internamente e a intenção é comercializar 80% da produção dentro do Estado.

Mato Grosso plantou 264 mil hectares de arroz, na safra 2009/2010, com uma produtividade de 3 mil quilos por hectare, com potencial para produzir 5 mil quilos por hectare, e com uma produção de 800 mil toneladas de arroz de terras altas. Com esses números a categoria estará enviando até o dia 15 de agosto, sugestões para o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), através da Câmara Nacional do arroz que possui uma agenda estratégica para os próximos cinco anos.

Segundo Mauro, o Estado, em 2004, chegou a produzir 2 milhões de toneladas de arroz, com a derrubada de florestas, desmatamento e produção de grãos de baixa qualidade. “Hoje podemos nos considerar um exemplo para o Brasil no cultivo do arroz, fazemos de forma sustentável com a rotação de cultura e diversificação das pastagens”, declara Moraes.

O produtor rural do município de Jaciara, Ricardo Roberto Weissheimer, possui uma área de 1.200 hectares e utiliza 300 hectares para o plantio do arroz. Ele afirma que a cultura do arroz é mais rentável que a soja e quando realiza a rotação de cultura colhe 10% a mais de arroz. Nesta safra teve uma produtividade média de 69 sacos (60/kg) por hectare, com as variedades Primavera e Cambará. Alguns produtores estão estocando o arroz aguardando um aumento de preço. Atualmente a cotação do saco de arroz está entre R$ 27,5 a R$ 32,00. O produtor Roberto torce para que o preço chegue a R$ 38,00 o saco, sendo que no ano passado chegou a R$ 40,00.

O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Arroz e Feijão, Carlos Magri Ferreira fala Mato Grosso está em maior vigilância mundial e o que está sendo feito no Estado é uma garantia para produção de alimentos. Desde 2006, estão desenvolvendo atividades com produtores, indústrias de beneficiamento e pesquisadores. Já executaram 33 atividades e implantaram no município de Paranatinga, unidades demonstrativas com variedades adaptáveis na região. “Trabalhamos com a cultivar e o manejo a fim de garantir materiais genéticos que sejam ideais para a indústria e consumidor”, esclarece Magri.

Conforme o pesquisador, essa reunião é para congregar novos parceiros para a cadeia produtiva do arroz, visando a sustentabilidade da rizicultura e produzir um produto exclusivamente com a “cara de Mato Grosso”. A doutora em fertilidade do solo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Maria Luiza Perez Villar comenta que a intenção do trabalho é diminuir a ociosidade das instalações das indústrias arrozeiras, melhorar a qualidade dos grãos produzidos e a produtividade da cultura com menor custo de produção, tornando a rizicultura mais competitiva, por meio de aprimoramento dos sistemas de produção com uso de inovações e capacitação dos produtores.

Segundo Villar,estão sendo implantados experimentos para selecionar genótipos para a agricultura familiar também nos municípios de Sinop e Cáceres visando criar alternativas específicas para o pequeno produtor, com material genético resistente à praga, doença e baixa fertilidade do solo. Novos materiais estarão à disposição em 2011. Pesquisadores da Empaer já lançaram algumas variedades de arroz de terras altas que podem ser utilizadas, tais como: Primavera, Cambará, Sertaneja, Pepita e Monarca, que serão direcionadas para os produtores de arroz.

A doutora Maria Luiza ressalta que a novidade para produção deste ano é a bactéria Azospirillum, que fixa nitrogênio do ar e doa para a cultura do arroz evitando o uso de adubo nitrogenado e a contaminação do meio ambiente por nitrato que polui as águas dos rios. O trabalho que será executado em Mato Grosso é apresentado pelo pesquisador Carlos Magri.

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