Foco na produtividade

Difundir conhecimento e levar informações diferenciadas aos produtores de arroz do Rio Grande do Sul. Este foi o objetivo do Centro de Treinamento Bayer CropScience (CTB), realizado em Santa Maria (RS) entre os dias 8 e 10 de março, direcionado a produtores, distribuidores e equipe interna da empresa.

Para o evento, a Bayer instalou várias áreas demonstrativas com cultivos de arroz na propriedade do produtor rural Giovani Venturini, onde os participantes puderam acompanhar todo o processo de produção do cereal no campo e os resultados obtidos por meio das soluções desenvolvidas pela empresa, desde a importância da escolha de uma boa semente até o momento adequado para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas.

A abordagem do CTB segue os moldes da vitrina tecnológica, apresentada durante a Abertura da Colheita, mas com foco nas tecnologias do programa Muito Mais Arroz. Na edição organizada em Santa Maria foi montado um roteiro de visitação a partir de quatro grandes estações de treinamento denominadas Potencial Genético, Manejo & Proteção Inicial, Proteção& Qualidade e Muito Mais Arroz, cada uma abordando uma etapa distinta da cultura.

Os técnicos da Bayer apresentaram os resultados obtidos com a utilização dos híbridos Arize, resultado da polinização cruzada de duas linhagens de arroz que é mais resistente a estresses abióticos e é mais produtiva em relação às variedades disponíveis atualmente no mercado devido ao seu vigor híbrido. O produto obteve excelentes resultados nas últimas duas safras, tanto no sistema convencional como no pré-germinado, nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com atrativos comerciais, ótimo teor de amilose e alto rendimento de grãos inteiros.

Em cada uma das quatro estações de treinamento os participantes puderam comparar o desempenho das lavouras tratadas com o inseticida Curbix, lançado em 2007 para o controle da bicheira da raiz do arroz, e com o fungicida Stratego, que vem apresentando excelentes resultados no controle das principais doenças que comprometem a produtividade das lavouras. Também foram avaliadas as performances do inseticida Gaucho, para o controle de pulgão, do fungicida Derosal Plus, registrado recentemente para o tratamento de sementes na cultura do arroz, e dos herbicidas Starice e Gladium, para o controle das principais plantas daninhas que afetam as lavouras de arroz.

O CTB teve início na Região Sul e passou a ser nacional em 2009 devido ao grande sucesso que teve. Um balanço geral da pesquisa realizada pela empresa com os participantes no segundo semestre do ano passado mostra que 90% deles ficaram muito satisfeitos com o evento, 89% acharam a metodologia clara e didática e 90% consideraram o material utilizado como muito bom.

Com o projeto, a Bayer Crop- Science pretende, principalmente, levar conhecimento aos produtores e capacitar tecnicamente os distribuidores. Ao falar sobre soluções, a equipe da Bayer CropScience também conscientiza os agricultores sobre o uso correto dos defensivos, o que diminui os custos de produção e previne impactos ambientais.

Preparo antecipado reduz riscos
Embrapa recomenda uso do rolo-faca para preparar o solo logo após a colheita do arroz

Como uma safra sempre deixa ensinamentos para outra, a presença do fenômeno climático El Niño e os prejuízos causados pelo clima nas lavouras de arroz do Rio Grande do Sul, pelo atraso no plantio ou enxurradas deixaram lições. Muitos produtores atrasaram o preparo do solo na safra 2009/10 e quando o clima deixou entrar na lavoura, ao invés de plantar na época certa, ainda precisavam fazer as primeiras operações na área.

Com base em casos como esses, que se repetem entre muitos produtores safra a safra, os pesquisadores recomendam o preparo antecipado do solo, logo depois da colheita. O pesquisador da Embrapa Clima Temperado Júlio Centeno da Silva destaca o uso do rolo-faca, um equipamento que faz o preparo do solo com a resteva do arroz, logo depois da colheita, ainda com lâmina d’água. Mais pesado e com lâminas maiores, o rolo-faca é parecido com o equipamento utilizado no plantio direto. Sua operação traz economia de tempo e de combustível que pode chegar a 70%. O consumo é de 30 litros por hectare.

Centeno explica que o solo preparado já na fase de pós-colheita garante melhores condições de plantio na época recomendada pela pesquisa. “Na época de semeadura, no que o clima permitir entrar na lavoura, o trabalho é plantar”, revela. Segundo ele, o manejo é simples e parecido com o de uma grade. “Mas o produtor precisa estar atento às condições do solo, principalmente em relação à quantidade de água nos quadros, para obter maior eficiência na operação com o equipamento”, alerta.

Ele ensina que o rolo-faca tem que ser utilizado com uma pequena lâmina de água parelha sobre o solo, de cerca de um ou dois centímetros. Ele alerta que não basta o solo estar molhado, é preciso que a água forme uma “marola” na movimentação da máquina, pois o trator estará se deslocando a uma velocidade entre cinco e 10 quilômetros por hora. “Sem essa condição o produtor poderá causar dano ao solo”, avisa. Nessa safra, quem fez preparo antecipado de solo conseguiu plantar na época mais indicada e, exceto no caso de catástrofe, na média, colheu as melhores lavouras.