Desafios

A clareza das ações que devem ser tomadas pela iniciativa privada e pelo Governo,
no entanto, é importante, mas não determinante dos resultados que serão obtidos ao longo deste ano-safra
.

A cadeia produtiva de arroz do Brasil encaminha-se para o final da safra com uma pauta bem definida de desafios a vencer, como forma de garantir uma comercialização remuneradora aos diferentes elos e um mercado estável e principalmente confiável. A clareza das ações que devem ser tomadas pela iniciativa privada e pelo Governo, no entanto, é importante, mas não determinante dos resultados que serão obtidos ao longo deste ano-safra.

Isso porque há conflitos e fatores que extrapolam o poder de decisão dos diferentes elos desta cadeia produtiva, como as oscilações do câmbio e a própria crise financeira mundial e seus reflexos nos mais diferentes países do mundo. Mas se o produtor, a indústria, o varejo, a pesquisa, as entidades privadas e o Governo, cada um fizer a sua parte em uma agenda positiva, o cenário em fevereiro de 2010 pode ser mais atraente. E os preços também.

É desafio dos produtores alcançarem qualidade na produção, a sustentabilidade econômica e ambiental de sua lavoura e a eficiência na comercialização, utilizando os mecanismos do Governo Federal de maneira inteligente e racional e ofertando o produto sem gerar pressão no mercado. Cabe ao Governo reduzir assimetrias que permitam a concorrência do produto nacional com os importados no mercado interno ou externo e assegurar a garantia de preço mínimo ao produtor e a segurança alimentar do país.

As indústrias têm o desafio de buscar mercados e manter os níveis de qualidade do grão, agregando-lhe valor. E também manter suas margens de lucro e pagar o preço justo ao produtor, além de buscar uma tributação mais adequada à realidade. O desafio do varejo é tornar-se transparente, pois por sua con-centração tem o poder de determinar suas margens e os preços ao longo da cadeia produtiva. Aos centros de pesquisa cabe o desafio de assegurar tecnologias que permitam ao arroz expressar todas as suas qualidades agronômicas, nutricionais e alimentares, sociais e econômicas, bem como agregar valor ao longo dos processos de produção e bene-ficiamento. E levar estas tecnologias aos setores que as demandam, assegurando-lhes a sustentabilidade e o ganho produtivo e qualitativo. Às entidades cabe buscar mercados, identificar as demandas, elaborar e executar o planejamento estratégico da cadeia produtiva, em busca de escoamento da produção, ganhos em emprego e renda para o setor e consciência social e ambiental.

Cada um tem a sua lista pormenorizada. Apesar de não interferirem na macroeconomia, se fizerem a lição de casa, quando os ventos forem favoráveis, esta cadeia produtiva estará apta a navegar a toda vela.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter