Plantio de arroz começa com reivindicações de incentivos ao governo
Agricultores pedem redução de tributos para que produto seja mais competitivo nas exportações.
A 7ª Abertura Oficial do Plantio de Arroz no Estado, ocorrida na manhã deste sábado, em Camaquã, foi marcada pelas reivindicações dos arrozeiros frente a projeções não favoráveis de preço para a safra 20102011.
Com a expectativa de clima propício e possível acréscimo de até 1,2 milhão de toneladas na produção, a tendência é que o valor do grão fique ainda mais abaixo dos custos de formação da lavoura.
Responsável por apresentar o que chamou de projeção conservadora, o presidente da Federação de Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Renato Rocha, cobrou das autoridades políticas um maior engajamento em prol do setor.
— Fomos 16 vezes a Brasília do ano passado até agora. Sabe o que conseguimos: nada — queixou-se.
Os dados apresentados no evento apontaram que em 24 municípios gaúchos o preço pago ao produtor está 73% abaixo do mínimo, que é de R$ 25,80 a saca. A preocupação do setor é de que, sem auxílio do governo, no próximo ano, o cenário seja ainda pior.
Os arrozeiros reivindicam R$ 1,5 bilhão em instrumentos para enxugar o mercado.A idéia da Federarroz é criar uma frente em prol do setor, com participação de parlamentares e do governo do Estado, para que sejam lançados mecanismos de sustentação dos preços, desoneração e incentivo a vendas externas. Isso porque na conjuntura atual o câmbio está favorável às importações, tornando as vendas externas inviáveis.
Outra luta do setor é pelo fim da guerra fiscal que favorece regiões como o Nordeste, onde um fardo de 30 quilos de arroz argentino custa R$ 34,80 enquanto o mesmo fardo gaúcho custa R$ 40 — R$ 5,20 a mais. Para competir com o arroz argentino, o preço pago ao produtor gaúcho teria de ser de R$ 20,68.
— Há uma concorrência desleal no Nordeste porque existe um ICMS mais baixo na região que atrai grandes indústrias de beneficiamento de arroz e grandes redes de atacado e varejo — aponta Rocha.
Para voltar a ter competitividade nas exportações, os arrozeiros pedem desoneração de tributos como PIS e Cofins. O pleito é baseado em levantamento do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais.