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Mais peso: nova variedade catarinense é mais produtiva

Santa Catarina tem nova variedade para ampliar produção.

A lavoura arrozeira do estado de Santa Catarina praticamente não tem mais área para crescer, em razão da alta ocupação das zonas de várzeas destinadas à cultura e densidade demográfica. A estabilidade da lavoura de em torno de 150 mil hectares, no entanto, gera pressão pela verticalização, isto é, o aumento do rendimento por área. Além da área 100% sistematizada e usar o sistema de cultivo pré-germinado, a lavoura catarinense tem na Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) um potente aliado tecnológico para assegurar a condição de maior produtividade média do Brasil e o status de segundo maior estado produtor.

Na safra 2009/10 a lavoura catarinense alcançou 1,056 milhão de toneladas, com aumento de 1,7% sobre a anterior, quando sofreu perdas pelo clima adverso. Essa produção foi atingida por meio do aumento de 1,6% na produtividade. É a maior média do Brasil, com 7.060 quilos por hectare perante os 6.950 quilos alcançado no ciclo anterior. A área plantada, segundo a Conab, foi de 149,7 mil hectares, 0,1% (ou 100 hectares) a mais do que na safra 2008/09.

Para fazer frente à restrição de área, com uma oferta maior de matéria-prima para atender a excelente estrutura industrial catarinense, os arrozeiros contam com um reforço importante. A Epagri lançou em junho, para a próxima safra, a SCS 116 Satoru, variedade de arroz que promete até 40% mais produtividade. Além de maior potencial produtivo, a cultivar apresentou maior qualidade de grãos do que as testemunhas nos testes realizados e excelentes características para a industrialização, mesmo sob parboilização.

RENDIMENTO
José Alberto Noldin, pesquisador da Epagri de Itajaí (SC), explicou que, em condições experimentais, mas a campo, a variedade Satoru alcançou rendimento entre 9 e 10 toneladas por hectare. Em Santa Catarina a média histórica é de 7 toneladas por hectare. Alguns rizicultores, com maior tecnologia e favorecidos por características edafoclimáticas especiais, alcançam produtividades superiores a 12 toneladas por hectare. “Com o manejo técnico adequado, a variedade poderá alcançar produtividade similar à obtida em campos experimentais”, assegurou Noldin.

O desenvolvimento da nova variedade levou quase 12 anos. Em 2009 a pesquisa entrou na fase de produção de sementes, que agora chegam ao mercado. Na análise de Noldin, se nos próximos três anos a cultivar Satoru for plantada em 30% da área de arroz de Santa Catarina, o que corresponde a 50 mil hectares, e a produtividade média nestas áreas aumentar em 5%, a produção estadual terá expansão de 350 mil sacas de arroz, girando na cadeia produtiva mais de R$ 15 milhões.

 

FIQUE DE OLHO
Em 1970 a produtividade catarinense de arroz irrigado era menor que duas toneladas por hectare. Além do aumento de 370% na produtividade nos últimos 40 anos, houve melhoria expressiva da qualidade industrial e culinária do cereal no estado. Mais de 12 mil pessoas estão vinculadas à cadeia produtiva do arroz em Santa Catarina, que gera 50 mil empregos diretos e indiretos, movimentando cerca de R$ 1 bilhão por safra.

 

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