Água na medida exata

Em aparelho portátil, que permite medir a vazão nos sistemas de bombeamento de água na lavoura orizícola, está fazendo sucesso entre os produtores da fronteira-oeste gaúcha, devido a sua praticidade e ao baixo custo. Desenvolvido pela Eletroeste Materiais Elétricos & Consultoria Energética, empresa de Uruguaiana (RS), o medidor de vazão portátil custa até cinco vezes menos do que o similar importado disponível no mercado e é baseado no princípio da medição da velocidade da água, onde a vazão é determinada pela rotação de uma palheta e pelos cálculos executados pelo equipamento eletrônico (transdutor). 

O equipamento proporciona medições em tubulações de até 1.200 milímetros de diâmetro. De acordo com o inventor do aparelho, o engenheiro de controle e automação da Eletroeste, Bruno Muswieck, a tecnologia atende uma das principais demandas dos agricultores ao adquirir um sistema de bombeamento: que a vazão de água seja compatível com suas necessidades, variáveis conforme o tipo de solo, cultura e a área irrigada. 

Muswieck explica que o volume de água requerido na lavoura é determinado por um engenheiro agrônomo e deve ser respeitado. A finalidade é permitir que o arroz tenha o volume de água necessário ao seu desenvolvimento pleno, com produtividade, proporcionando economia ao produtor e preservação do solo e ambiente. “O produtor que adquire um sistema de irrigação deve ter as informações necessárias para dimensioná-lo, como a altura geométrica mínima, média e máxima, vazão pretendida, aquele que melhor atende suas necessidades (fixo ou flutuante) e o diâmetro da tubulação que utilizará (caso já possua tubos)”, avalia o engenheiro. 

ERRO – Estes dados são essenciais para o funcionamento do sistema e qualquer erro nestes valores pode causar vazão diferente quando em operação. “O erro de maior impacto é a altura geométrica, podendo vir da alteração do nível do rio ou ponto de captação. Esta variação pode resultar em problemas, como a vazão insuficiente”. 

Em termos práticos, o produtor só precisa colocar um conjunto de adaptação nos tubos condutores de água e encaixar o sensor na válvula para que o leitor mostre a medição da vazão. É preciso regular a rotação da bomba para controlar o consumo de água e conseqüentemente de energia. 

ALIADO NA LAVOURA
Disponível no mercado desde a safra 2007/2008, o medidor de vazão portátil tornou-se um aliado do agricultor, tendo em vista as possíveis variáveis de dados importantes que podem ser monitoradas pelo equipamento, como o volume e a velocidade da água, além do cálculo da vazão em relação à área de plantio.

Confira exemplos de situações em que o medidor pode ser utilizado: 

– Para 100 quadras plantadas, a medição indica uma vazão de 420 l/s: a relação é de 4,2 l/s/qua (litros/segundos/quadra). Neste caso, sendo demais, a rotação da bomba de irrigação deverá ser ajustada para que a vazão chegue aproximadamente a 340 l/s. Este ajuste gera economia de energia e água.
– Em uma medição de velocidade de 2,5 m/s, que é considerada alta, haverá desperdício de energia para vencer o atrito da tubulação. Então este sistema de bombeamento deve ser ajustado para velocidade menor do que 2 m/s.
– O acompanhamento, ao final de cada safra, de todo o período de irrigação para saber o volume de água que foi usado na lavoura. Este procedimento visa eventuais ajustes necessários no levante hidráulico de acordo com a variação sofrida pela diminuição ou aumento do nível da barragem ou do rio.