Tarso Genro vai ao Uruguai negociar exportações de arroz em bloco
Governador gaúcho considera que o Mercosul precisa direcionar seus excedentes para terceiros países e que, com engenharia política e habilidade comercial, essa é uma medida possível.
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, reúne-se nesta sexta-feira com o presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica, para tratar de temas referentes às relações comerciais e políticas entre o Estado brasileiro e o País vizinho. Entre outros temas relevantes, um é alvo especial do interesse do agronegócio brasileiro e uruguaio: o comércio de arroz entre os dois países.
O Uruguai é o maior fornecedor de arroz do Brasil, alcançando quase 500 mil toneladas em 2010, segundo estimativas do setor. O problema é que o ingresso deste produto em excesso (acompanhado das importações que o Brasil recebe da Argentina e do Paraguai, principalmente), estão afetando os preços internos do arroz. "O Brasil tem excedentes este ano e os uruguaios, argentinos e paraguaios, com vantagens e incentivos tributários conseguem entrar no País com valores de mercado muito baixos, afetando os preços internos", explica o presidente da Federarroz, Renato Rocha.
Tarso Genro, acompanhado do secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento gaúcho, Luiz Fernando Mainardi, pretende estabelecer uma negociação com o presidente uruguaio para criar um modelo que permita a exportação de arroz para terceiros mercados pelo bloco econômico. "O Rio Grande do Sul tem capacidade de exportar 10% do que produz, algo em torno de 800 mil toneladas na próxima safra. Se o Uruguai conseguir direcionar um volume maior para terceiros mercados, reduzindo a pressão interna, os preços serão melhores para os produtores, mais adequados ao alto custo de produção", entende o secretário.
O governador Tarso Genro acredita que com engenharia política e habilidade comercial, é possível alcançar uma meta de ampliar as exportações a terceiros mercados e reduzir o fluxo de entrada de arroz no Brasil, gerando um excesso de oferta. Este foi um dos temas abordados em reunião fechada entre dirigentes arrozeiros, o governador gaúcho, o vice-governador, Beto Grill, o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, nesta quinta-feira, em Porto Alegre.
2 Comentários
Tinha que proibir a entrada de arroz do Mercosul abaixo do preço mínimo, porque nao podemos buscar insumos e mão de obra mais barata dos países vizinhos e a indústria AMIGA traz arroz direto sem pesar nem nada?
CPI JÁ!!!
Pela primeira vez na vida, vejo um governo agir tão rápido. E a crise instalada realmente carece de pressa em resolver. Porque se demorar estaremos em maus lençois. O governador Tarso esta indo ao uruguai, defender a ideia de bloco agro exportador. Isso, é sonho de consumo há anos. Se obtiver sucesso será um marco na agricultura. Penso positivo. É a primeira vez que alinhamos o governo estadual e federal. E, não podemos ser penalizados tambem por produzir mais de 60% da safra brasileira. O proximo passo é desonerar a cadeia produtiva.