Menor para equilibrar

 Menor para equilibrar

Produtores pensam em reduzir a área para obter equilíbrio de preços

Tocantins pode reduzir a lavoura em 2006 por causa do mercado fraco.

A crise no mercado de arroz é generalizada. A insatisfação tomou conta dos produtores do norte ao sul do Brasil. No Tocantins, na Região Norte, onde foram cultivados 184,7 mil hectares de arroz na última safra, a tendência é de redução de área plantada. A próxima lavoura plantada poderá ter uma redução de até 20%, segundo projeção da cadeia produtiva do estado. Nos últimos dois anos, a área aumentou 25%. Ainda é cedo para afirmar o quanto a crise no setor irá afetar a próxima safra, mas as projeções não são nada boas. 

Segundo o agrônomo Luiz Antônio Vieira, coordenador da área de fomento vegetal da Secretaria Estadual de Agricultura do Tocantins, não há compradores para o arroz que foi colhido este ano e a cotação do cereal está muito abaixo dos custos de produção. “A saca de arroz com 60 quilos, com 55% de grãos inteiros, chegou a ser negociada a R$ 18,00, enquanto os custos de produção estão na casa de R$ 27,00”, lamenta Vieira. Apesar do cenário negativo para comercialização, os resultados de produtividade são os melhores da última década na lavoura de sequeiro, chegando a 1.751 quilos por hectare. 

Na última safra foram cultivados 126,7 mil hectares de arroz de sequeiro e 58 mil hectares de arroz irrigado no Tocantins. Apesar da cultura de sequeiro representar quase 70% da área plantada, a produtividade maior foi colhida na lavoura irrigada, que rendeu uma média de 4,4 mil quilos de grãos por hectare. A colheita de arroz no Tocantins foi concluída no final do mês de abril e teve uma produção total de 479,6 mil toneladas de grãos. Vieira diz que a crise no setor se agravou em razão das importações de arroz e que o Brasil só irá se recuperar quando houver uma mudança na política agrícola. “A choradeira é geral”, resume. 

Questão básica
O agrônomo Marcelo Pedro Moraes, produtor e comerciante de arroz em Formoso do Araguaia (TO), calcula que terá um prejuízo de R$ 150 mil com orizicultura este ano. Na última safra, plantou 260 hectares e conseguiu boa produtividade, mas não está encontrando mercado para vender a produção. “Acredito que o mercado só irá se recuperar ao final deste ano ou só em janeiro do ano que vem. Há muito arroz nos estoques e o mercado está parado”, lamenta Moraes.

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