Lavoura laboratório

 Lavoura laboratório

Luiz e Lisiane Forsin: tecnologia agregada à produção

Fazenda Tulipa abre as portas para a pesquisa
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Em Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul, a Fazenda Tulipa, dos irmãos Forsin, destaca-se pela produtividade, adoção de alta tecnologia e, principalmente, por abrir as porteiras para centros de pesquisa e empresas privadas. Dos 1.102 hectares plantados na fazenda, quase 10% são destinados para áreas de observação e experimentos com programas de manejo, cultivares, linhagens e insumos. Na safra 2004/2005, 100 hectares tiveram esse destino. E quase todo o manejo da lavoura segue preceitos do Projeto 10, do Irga. 

Cerca de 65% da lavoura dos irmãos Luiz, Vicente, Paulo e Pedro Forsin é arrendada. O administrador é Luiz Forsin, que divide com a filha Lisiane, agrônoma com especialização em sementes de arroz irrigado, a condução da área de cultivo. Mas quem pensa que a presença de uma jovem agrônoma na fazenda interfere nesse perfil, está enganado: “Eles sempre tiveram o perfil de colocar o máximo de tecnologia na lavoura para potencializar os resultados. Hoje trabalho nesta filosofia porque aprendi com eles”, atesta Lisiane. 

O resultado salta aos olhos: na safra a média de produtividade da Tulipa bateu em nove mil quilos, mas ficou abaixo da expectativa. A oscilação de temperaturas em fevereiro, com noites de até 10 graus centígrados, prejudicou a floração. 

Entre as variedades se destacaram os rendimentos da BRS Taim, Irga 417 e El Paso. As primeiras cargas apontam média de grão inteiro superior a 65%. A área de experimentos é monitorada pelos produtores, que acompanham passo a passo o desenvolvimento de cada pesquisa até a discussão de resultados. “É assim que se aprende”, ensina Lisiane Forsin. 

 

Fungicida turbinado

Na safra 2004/2005, a Fazenda Tulipa realizou uma série de experimentos do projeto Marca, novas variedades, comparação de uréia simples e super N. Foram testados inseticidas e herbicidas, como o Ricer, da Dow AgroScience. Mas o ensaio que mais atrai as atenções é o de fungicidas. Os Forsin usam uma aplicação preventiva na lavoura e apontam coadjuvante da produtividade e qualidade dos grãos. “Estamos testando segundo critérios técnicos, pois percebemos que os resultados das áreas com aplicação sempre foram superiores ”, frisa Luiz Forsin. 

Em áreas com a cultivar Irga 417 e uma aplicação de herbicida foram colhidos 9.601 kg/ha, rendimento de 65% de inteiros. Onde houve duas aplicações, 9.860 kg/ha e os mesmos 65%. Com o Taim a produtividade foi maior: 10.532 kg/ha em duas aplicações e 10.060,2 kg/ha com uma. A conclusão dos Forsin é de que duas aplicações, exceto em condições especiais, não se pagam pelo alto custo de aplicação com avião e do produto.

Questão básica
Mesmo usando alta tecnologia, os Forsin não abrem mão de práticas antigas. Uma delas é “castigar o arroz” retirando a água de irrigação. Eles afirmam que no seco a planta enraiza mais, buscando água mais fundo no solo. Quando fica amarelada, meio seca, os Forsin retomam a irrigação para a planta voltar mais robusta e produtiva. Eles, porém, não recomendam a técnica para outros. “Trabalhamos com adubação pesada e temos um excelente sistema de irrigação”, frisa.

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