Biologia molecular no melhoramento
A biotecnologia a serviço do arroz de terras altas.
Responsável por 40% da produção nacional, o arroz de terras altas deve manter a médio prazo sua importância atual. Isso porque o sistema de cultivo irrigado enfrenta limitações de dois gêneros, seja por causa da carência de novas áreas para expansão, seja devido aos elevados custos para estabelecimento das lavouras.
Logo, a Embrapa Arroz e Feijão investe pesado no ecossistema de terras altas, inclusive aplicando técnicas modernas que subsidiam o programa de melhoramento da cultura. Um exemplo é o uso de marcadores moleculares, utilizados rotineiramente para a determinação da identidade genética de linhagens e cultivares do programa de melhoramento e para estimar o grau de parentesco entre esses materiais.
Os dados obtidos por marcadores moleculares, em âmbito de DNA, quando correlacionados com os dados observados no campo para características de interesse, como produção, resistência a doenças, etc, permitem que se proceda a seleção indireta dos melhores materiais no laboratório, sem a necessidade de implantar novos experimentos a campo.
Isso significa economia de tempo e dinheiro para o programa de melhoramento, além de conferir maior agilidade à oferta de materiais aos agricultores.
PESQUISA – Um trabalho realizado pelo Laboratório de Biotecnologia da Embrapa Arroz e Feijão aferiu a variabilidade genética de 30 linhagens elites que compõem os ensaios finais de avaliação feitos pelo programa de melhoramento. Nessa iniciativa, foram utilizados 25 marcadores microssatélites (Simple Sequence Repeats – SSR). Estes, por sua vez, têm a vantagem de serem mais informativos, em comparação com outras classes de marcadores moleculares.
A análise detectou que essas linhagens possuem variabilidade genética, o que quer dizer que as combinações realizadas pelos melhoristas possuem alta probabilidade de gerar materiais com mais características de interesse comercial. A constatação dessa variabilidade pode ser creditada ao uso de linhagens obtidas junto a instituições internacionais de pesquisa, como Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), Centro de Cooperação Internacional de Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) e Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI).
Entre outras pesquisas, o Laboratório de Biotecnologia da Embrapa Arroz e Feijão faz ainda estudos de avaliação e de uso da coleção nuclear de arroz, composta por 550 acessos representativos da variabilidade genética presente nos 10.000 acessos do Banco Ativo de Germoplasma de arroz, por meio de marcadores moleculares. Ao final desse trabalho, espera-se obter um banco de dados com todas as informações genômicas e fenotípicas dos acessos, o que facilitará o processo de seleção e melhoramento genético da cultura.