Muito além do horizonte
Projeto 10 tem o desafio de chegar a toda a lavoura gaúcha
.
Há três safras era um desafio, mas atualmente produzir mais de 10 toneladas por hectare nas áreas que se destinam ao uso da tecnologia preconizada pelo Projeto 10 tornou-se uma rotina de manutenção para muitas lavouras e uma questão de tempo para muitas outras. O número cabalístico dos 10 mil quilos por hectare foi superado em diversas lavouras com áreas de cinco a 111 hectares. Diversas lavouras comerciais que adotaram parte da tecnologia de alta produtividade alcançaram patamares muito próximos à meta do projeto, fator que concorreu para que o Rio Grande do Sul colhesse a maior safra de sua história em 2004. O clima amplamente favorável a partir de janeiro de 2004 foi fundamental para dar números finais tão positivos a esta safra, mas é impossível desconhecer o impacto produtivo da tecnologia nesta safra. “Apesar de não ter sido mensurado, o resultado da aplicação de tecnologias superiores na lavoura gaúcha de arroz é significativo”, enfatiza o coordenador técnico do projeto, Valmir Gaedke Menezes, pesquisador do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga).
O Projeto 10 tem por objetivo aumentar a produtividade, a qualidade e a competitividade do arroz gaúcho, bem como reduzir impactos ambientais. Há quase duas décadas o Rio Grande do Sul mantém uma média produtiva de 5,2 toneladas por hectare e o Programa Arroz RS do Irga propõe um aumento para 6,3 mil quilos de produtividade média a partir da safra 2006/2007. Na safra 2003/2004, com auxílio do clima e a adoção de tecnologias eficientes de manejo, a produtividade média superou 6,11 toneladas/hectare. O Projeto 10 é uma das principais ferramentas para obter esse novo patamar médio de produtividade.
A fase 2
Vencida a primeira fase do Projeto 10 em Dom Pedrito, uma segunda fase já foi planejada e começará a ser executada na safra 2004/2005 e irá até 2009. O presidente da Federarroz e dirigente da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito, Valter José Pötter, afirmou que o fato de algumas lavouras do programa terem alcançado a meta de 10 mil quilos por hectare não altera a sistemática proposta no programa.
A nova etapa prevê a instalação de uma estação meteorológica automática, o uso de equipamentos e técnicas de agricultura de precisão (principalmente para apanhar amostras, determinar e aplicar níveis corretos de fertilizantes nas lavouras) e disseminar a tecnologia preconizada pelo projeto a todas as lavouras de Dom Pedrito. Neste caso, a meta é aumentar a média de 7.280 quilos/hectare para 8,5 mil quilos/hectare, manter a produ-tividade das áreas que alcançaram as 10 toneladas/hectare e sustentar um custo de produção 20% abaixo da média municipal.