Faz bem e não engorda

 Faz bem e não engorda

Úrsula: mais qualidade nutricional à mesa do consumidor brasileiro

Seminário promovido pelo Irga destacou o arroz durante a Semana Mundial da Alimentação.

Um dos entraves para o aumento do consumo nacional do arroz, seja branco, parboilizado ou integral, é a falta de conhecimento das qualidades do grão por parte do consumidor em geral, fruto da desinformação de formadores de opinião. Ao mesmo tempo, o tímido aumento no consumo total verificado no país nos últimos tempos tem como conse-quência direta a diminuição do PIB da cadeia orizícola. 

Para reverter este quadro e dar início à derrubada de mitos alicerçados na visão reducionista de que “o arroz engorda”, o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) realizou, no dia 14 de outubro, no Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), em Porto Alegre, o Seminário Arroz Porque faz Bem. O evento, que marcou a Semana Mundial da Alimentação na capital gaúcha, reuniu mais de 90 participantes, entre nutricionistas, médicos, engenheiros agrônomos, pesquisadores, técnicos, professores e profissionais da área de alimentos, além de um grupo de palestrantes de reconhecido destaque nacional e internacional. 

O programa do seminário contou com palestras divididas em dois painéis: “Alimentação institucional e alimentos funcionais”, e “Alimentação escolar”. O primeiro painel foi coordenado pelo nutricionista e presidente de honra do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional (CBNF), Gabriel de Carvalho. A professora associada junto ao departamento de alimentos e nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, Úrsula Maria Lanfer Marquez, falou sobre a qualidade nutricional e as propriedades bioativas do arroz e as diferenças do arroz integral e polido. 

De acordo com Úrsula, pesquisas realizadas no ano de 2008 no FDA – órgão responsável pela liberação de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos -, comprovam que o arroz integral está incluído na lista de cereais com alegação de propriedade funcional para a saúde. A especialista também apresentou uma comparação entre o trigo e o arroz, enfatizando que o arroz não contém glúten, enquanto o trigo é o principal representante como fonte de glúten. Segundo ela, o arroz e seus derivados são mais indicados para uma alimentação saudável.

Fique de olho
Na avaliação do consultor do Irga e um dos responsáveis pela organização do evento, Gilberto Wageck Amato, a iniciativa contribui para ampliar o conhecimento geral sobre os aspectos nutricionais e funcionais do arroz, atributos que fazem do grão “o mais nobre entre os cereais de grande consumo”. “Um diagnóstico, porém, que motiva a realização do presente seminário é a identificação de que os esforços despendidos na pesquisa e extensão agronômica podem ser ainda mais efetivos se aumentado o consumo per capita no Brasil”, ressaltou. 

 

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR EM FOCO

A alimentação escolar (conceito que substitui a antiga denominação merenda escolar) foi outro tema de destaque do seminário, durante a palestra sobre “Gerenciamento da alimentação escolar no município de Porto Alegre”, ministrada pela nutricionista e coordenadora do setor de nutrição da Secretaria Municipal de Educação e responsável técnica pela alimentação escolar da Prefeitura de Porto Alegre, Sandra Pinho. 

Segundo ela, atualmente o consumo mensal de arroz na rede de ensino municipal está em 2 toneladas. “São 51 mil refeições servidas por dia para 59 mil alunos, divididas em 95 escolas municipais e 197 creches conveniadas”, afirmou. O trabalho é intensificado por meio de oficinas culinárias, educação alimentar e preparação de hortas, além de avaliações nutricionais. De acordo com a nutricionista, 4 mil alunos foram avaliados nos meses de abril e outubro. “Os resultados são encaminhados aos pais para que interajam nesse processo para o alcance de melhores resultados”, ressaltou.

FAZ BEM

Coordenado pelo médico nutrólogo Luiz José Varo Duarte, uma das mais conceituadas autoridades brasileiras na sua área de especialização, o segundo painel do Seminário Arroz Porque faz Bem abordou o tema “Arroz na merenda escolar: mais do que um prato cheio!”, palestra ministrada pela professora adjunta do departamento de zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, Leila Picolli da Silva. Ela apresentou resultados de pesquisas feitas em laboratórios com análises de medidas metabólicas para dietas com arroz e macarrão. 

Leila também falou sobre o projeto desenvolvido em parceria com o Irga, Proext e MEC, entre os anos 2008 e 2009, onde foi aplicada na merenda escolar a farinha de arroz e o farelo de soja. Os resultados com o uso da farinha de arroz foram significativos: “Os alunos apresentaram aumento de rendimento, ficaram mais ativos, atentos e organizados”, observou. 

 

Dieta e longevidade

O cirurgião cardiovascular e escritor de best sellers na área da saúde Fernando Lucchese encerrou o seminário com a palestra sobre “Alimentação saudável – benefícios do arroz”. Lucchese recomendou a dieta mediterrânea, usada há 3 mil anos, composta por grãos (arroz e feijão), azeite de oliva, vinho, peixe e pouca gordura animal. Ele ressaltou que é na região do Mar Mediterâneo onde se encontram as pessoas com os maiores índices de longevidade, justamente em razão da alimentação. 

O médico também reiterou os argumentos apresentados anteriormente pelos palestrantes, afirmando que o arroz não engorda, além de contribuir para a prevenção de doenças. “O que engorda são os carboidratos simples com alto índice glicêmico”, destacou. O Seminário Arroz Porque faz Bem também contou com a participação do secretário estadual da Educação, Ervino Deon, do presidente do Irga, Maurício Fischer, e dos diretores técnico, Valmir Menezes, e administrativo, Rafael Mallmann.

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