Menos água, MAIS LUCRO

 Menos água, MAIS LUCRO

Manejo racional da água reduz custos e o impacto ambiental

Manejo do arroz pré-germinado é melhorado no RS.

Aumentar a produtividade da lavoura e a qualidade dos grãos, reduzindo os custos de produção e o impacto ambiental. É isso o que vem sendo alcançado por arrozeiros do município de Camaquã (RS). Tudo graças à utilização do sistema de plantio pré-germinado com lâmina de água mais baixa, tecnologia desenvolvida há seis anos pela Associação dos Usuários de Irrigação da Barragem do Arroio Duro (AUD), em parceria com o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga).

“A nova técnica permite o uso racional da água, que pode ser colocada uma única vez na lavoura”, destaca o chefe de irrigação da AUD, Everton Luís Fonseca. A altura da lâmina dependerá diretamente do grau de sistematização do solo. Sem os banhos anteriores à colocação das sementes, a quantidade do precioso líquido chega a ser diminuída em até 40%, proporcionando uma grande economia de energia elétrica para quem emprega bombas na irrigação da lavoura.

Com a prática, os arrozeiros conseguem otimizar a mão-de-obra, ao mesmo tempo em que cortam os gastos com agroquímicos. A permanência da água nos quadros, explica Fonseca, evita o carregamento de tais produtos para arroios e açudes próximos e preserva a matéria orgânica e seus nutrientes. Nos sistemas convencional e pré-germinado normal, a entrada e a saída da água da lavoura exigem maiores gastos para a reposição do material perdido pelo solo em suspensão.

 

MANEJO

No sistema pré-germinado, após o preparo do solo, deixa-se uma lâmina d’água (10 centímetros) até 30 dias antes da semeadura, com troca semanal. A drenagem é feita até dois dias após o plantio. A área fica encharcada. A lâmina volta gradativamente à medida que as plantas crescem, até pouco antes da colheita. Com a nova técnica, a água colocada antes da semeadura fica até a maturação do arroz. O volume retirado é muito pequeno, pois parte terá se evaporado até esse estádio da lavoura. Na hora da colheita, com a terra mais seca, as marcas no solo são menores, facilitando o preparo para o próximo plantio.

 

INVESTIMENTO

O grande cuidado exigido para baixar a lâmina de água no sistema pré-germinado é a preparação do solo. Um equipamento para nivelamento a laser custa caro, mas pode ser substituído por conhecimento e aparelhos mais tradicionais. Everton Fonseca, da AUD, conta que um produtor de Camaquã planta 290 hectares sem investir tanto. A propriedade já foi visitada por integrantes da Agência Nacional das Águas (ANA), que aprovaram o método.

 

HISTÓRIA

Esse novo sistema de manejo começou a ser desenvolvido há seis anos, na área experimental de 17 hectares da AUD. Desde a safra 2001/2002, a técnica é utilizada pelos associados. Alguns ainda não aderiram totalmente, preferindo reduzir o nível um pouco mais na hora do plantio até dominarem a tecnologia. Arrozeiros de outras regiões gaúchas também adotaram a idéia. “Recebemos inúmeras visitas, principalmente nos dois últimos anos”, revela o agrônomo.

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