A lavoura dos peixes

 A lavoura dos peixes

O técnico em agropecuária Roque Dall Asta, da Emater de Faxinal do Soturno, destaca que a rizipisci-cultura é um sistema que garante resultados satisfatórios, com maior produtividade e diminuição significativa no uso de adubos químicos e supressão total do uso de herbicidas e inseticidas.

 

Como funciona 

01. Após a colheita do arroz, no início do mês de março, o produtor faz o reforço das taipas, aumentando a sua base para inundar o quadro. A profundidade na área deve ficar entre 50 e 60 centímetros.

02. Antes de colocar os peixes é importante fazer a incorporação das plantas ao solo, trabalho feito com um rolo formado por lâminas (rolo-faca). A resteva deve ficar inundada de 10 a 15 dias antes da colocação das carpas. Esse tempo varia de acordo com a temperatura ambiente e tem a finalidade de promover a decomposição da matéria vegetal que irá alimentar os peixes.

03. O uso de alevinos jovens, com aproximadamente 10 centímetros, provoca perdas significativas em razão do ataque de predadores e da maior sensibilidade desses animais. Usando carpas adultas (um ano de vida), criadas em tanques antes de serem colocadas na lavoura, as perdas são bem menores.

04. A população usada para cada hectare de lavoura varia entre 150 e 200 peixes. As espécies mais usadas são húngara, carpa-capim e carpa-prateada.

05. Os peixes são mantidos na área até o final do mês de setembro, quando a lavoura será preparada para o próximo plantio. Durante os cerca de sete meses que ficam nos quadros, não é preciso fornecer nenhum tipo de alimentação aos peixes.

06. A despesca é feita baixando o nível da água. As carpas devem ser selecionadas, já que 30% não irão atingir o peso ideal para a comercialização. Normalmente, os peixes com menos de dois quilos retornam para tanques ou açudes, voltando para a lavoura no ano seguinte.

 

 

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