A faminta

 A faminta

Broca-do-colmo entrou para o primeiro time há cinco safras.

A depressão central do Rio Grande do Sul conheceu, nesta safra, a dimensão crescente da fome da broca-do-colmo-do-arroz (Ochetina sp), um inseto minúsculo que há cinco safras deixou de ser uma praga secundária e passou a apresentar toda a sua voracidade nas lavouras de arroz. Segundo o entomologista do Irga, Jaime Vargas de Oliveira, a safra 2003/2004 registrou o maior ataque do inseto às lavouras.

"Atualmente, ela está presente e provocando danos em mais de 7% da lavoura do Rio Grande do Sul e, principalmente, na depressão central", atesta o entomologista. A broca foi observada também na fronteira oeste e litoral norte com preocupante crescimento populacional.

Teoricamente, o controle da Ochetina deveria ser mais fácil do que as demais pragas. Isso porque, apesar de hibernar no inverno, o inseto adulto costuma fazê-lo num trecho não superior a dois metros da área de lavoura, com preferência para as taipas, estradas, canais e bordas. Ele tem baixo poder de movimentação. Em amostragens realizadas pelo Irga nesses locais, foram encontrados até 240 insetos adultos num metro quadrado, o que indica uma tendência de superpopulação no centro do Rio Grande do Sul se medidas mais sérias não forem tomadas. 

 

Comportamento

O modo de operação da Ochetina sp

O ATAQUE – Antigamente ela ocorria numa área de 20% a 30% da lavoura, a partir da bordadura. Hoje, com a população bem maior, o inseto pode estar presente em áreas que vão de 80% a 100% da lavoura. O inseto adulto entra nos arrozais a partir do início da irrigação, e nas áreas atacadas pode ser encontrado facilmente alimentando-se agarrado nas folhas.

O PREJUÍZO – Diante desse ataque, em uma semana a planta perde a parte superior da folha. Depois de alimentado, o inseto desce para a região do colo da planta, junto ao sistema radicular, onde a fêmea faz a postura. Uma semana após, surgem as larvas, que ao se alimentarem nessa região, interrompem a passagem da seiva da folha bandeira, que ficará enrolada e morrerá, gerando o efeito de "coração morto". Posteriormente, vários afilhos serão atacados a ponto da planta ser levada à morte.

O EFEITO – Normalmente o "pé-de-arroz" diminui o crescimento e se torna estéril. A panícula das plantas atacadas que sobrevivem é bem menor, produzindo poucos grãos. Em caso de ataques mais severos, as perdas podem chegar a até 60%, apesar da média não passar de 30%. "Equivale dizer que de 30 a 60 plantas podem ser atacadas pela Ochetina por metro quadrado", explica Jaime Vargas, do Irga.

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