Arroz: Portugal só produz metade do que precisa

A produção de arroz em Portugal “tem vindo a aumentar”, mas ainda pode crescer, embora seja “muito difícil sermos autossuficientes”, disse hoje o ministro da Agricultura, António Serano.

O ministro da Agricultura assegura que Portugal "tem vindo a aumentar, de uma forma geral, a sua produção de arroz" e "nos últimos dois anos", passou a ocupar uma área total de cerca de 30 mil hectares, que representam um crescimento da ordem dos dez por cento.

"Não somos autossuficientes e estamos muito longe disso — produzimos 50 a 60 por cento das nossas necessidades" –, mas "temos condições para aumentar a produção de arroz", acredita o governante, que falava aos jornalistas, durante a visita que fez, na manhã de hoje, aos vales do Prado e Arunca, afluentes da margem sul do Mondego, abrangidos pelo projeto de regadio deste rio.

Nem todas as zonas, no entanto, têm condições para aumentar a área de produção de arroz e os índices de produtividade, mas há regiões onde "podemos produzir mais arroz", mantendo a sua "grande qualidade" e em "condições competitivas", mesmo no vale do Mondego, onde quase "tudo o que há para produzir arroz" é aproveitado, disse o ministro.

Mas não basta os agricultores terem vontade e condições para produzirem mais, é também necessário que "a sociedade e a nossa gastronomia também utilizem mais o nosso arroz, que é de grande qualidade", apelou o governante.
Mais arroz no Mondego

A conclusão do projeto do Mondego, particularmente em relação às obras hidroagrícolas e à reestruturação fundiária nos vales dos rios Prado e Arunca, vai aumentar a produção de arroz e a competitividade, sublinhou Isménio Oliveira, da Associação Portuguesa dos Orizicultores (APOR), organização que promoveu e guiou a visita de António Serrano e do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro, aquela região.

O vale do Pranto, "rico na produção de arroz e com grande impacto na economia da região, não pode continuar nesta situação", sem obras hidroagrícolas, sem reestruturação fundiária, "impedido assim o desenvolvimento agrícola", afirmou Isménio Oliveira.

O ministro lembrou que vão ser lançados ("aguardam publicação no Diário da República") os concursos relativos a três projetos de obras hidroagrícolas, para as zonas do Bolão, Maiorca e margem sul do Mondego, representando um investimento da ordem dos 40 milhões de euros.

António Serrano anunciou, por outro lado, a constituição de uma "estrutura", envolvendo representantes do seu ministério, do ministério do Ambiente e da APOR, para "ver como podem ser resolvidas, em termos económicos e qual a melhor solução técnica" para as questões relacionadas com os vales do Prado e do Arunca, no âmbito do projeto hidroagrícola do Mondego.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter