Ministério da Agricultura prepara novas medidas de apoio ao arroz gaúcho

Estudos devem subsidiar um novo conjunto de propostas para o grão.

O Governo do Estado aguarda para esta terça-feira (22) a conclusão de estudos pelo Ministério da Agricultura, que devem subsidiar um novo conjunto de medidas que possa provocar a elevação do preço do arroz. Documento com sugestões, elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Irga e Federarroz, foi entregue pelo governador Tarso Genro à presidenta Dilma Roussef, no sábado, em Brasília.

A expectativa foi manifestada pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, na tarde desta terça-feira (22), em entrevista à imprensa, em que apresentou o documento encaminhado, elencando cinco ações que, a curto prazo, podem garantir preço mínimo para o grão e, consequentemente, renda ao produtor.

Segundo Mainardi, há mais de 14 anos a lavoura do arroz passa por crises, apresentando queda continuada nos preços do mercado. "Hoje a situação seria pior não fossem as três ações implantadas pelo Ministério da Agricultura em fevereiro", ressaltou o Secretário. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) implementou a realização de dois leilões pela modalidade Prêmio de Escoamento da Produção (PEP), a AGV à disposição e a prorrogação dos EGFs.

Para o produto gaúcho, o mercado chegou a pagar R$ 21,56 no último dia 16 de março, por saca de 50Kg, quando o preço mínimo estabelecido pelo Governo Federal é de R$ 25,80 por saca. Diante do quadro atual, as propostas do Rio Grande do Sul são a viabilização do credenciamento emergencial e excepcional de armazéns na Conab para o armazenamento do grão; a implementação do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO), resultando na venda mensal de 300 mil toneladas de arroz; extensão do PGPAF da Agricultura Familiar para o restante dos produtores; a implementação de Compra Direta de Arroz (PAA) dos pequenos produtores e a ampliação da compra do arroz para 500 mil toneladas para ajudas humanitárias.

Sem resposta definitiva do Mapa em relação às reivindicações, Mainardi relatou que ouviu do ministro Wagner Rossi que "o Ministério está concluindo uma cesta de soluções para o setor". Em vista disto, sugere o Secretário que os produtores não vendam suas colheitas de arroz neste momento e que aguardem essas soluções que brevemente serão apresentadas.

O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Cláudio Pereira, falou que a crise não é de preço e sim de custos. "O Instituto está realizando um estudo para mudar a sistemática do custo da produção, pois entendemos que hoje, usamos uma sistemática equivocada", salientou.

"Sabemos que as ações imediatas são apenas emergenciais e por isso, disse ele, estamos trabalhando em soluções estruturais para o segmento orizícola". Lembrando que esta safra será recorde, Mainardi lamenta que toda essa produtividade não leve pujança ao produtor, a fim de que ele possa recuperar um tanto os prejuízos que vem acumulando.

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