Irga perde R$ 66 milhões em CDO

Segundo instituto, só em 2010, R$ 12 milhões que podiam ser usados em pesquisa e tecnologia ficaram no caixa único do Estado
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Mais de R$ 66 milhões que deveriam ter sido aplicados em benefício das lavouras de arroz foram contingenciados pelo governo do RS desde a criação do Sistema Integrado de Administração de Caixa do Estado (Siac), em 1991. O valor refere-se à parte da verba arrecada pela Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO), criada justamente para subsidiar o Instituto Riograndense do Arroz (Irga). Hoje, tendo em vista o valor da taxa, R$ 0,40 por 50 kg, a verba retida seria equivalente a 165 milhões de sacas de arroz em casca. "O Irga tem deixado de aplicar em pesquisa, pessoal e equipamentos 25% do que arrecada", diz o presidente da autarquia, Claudio Pereira. Segundo ele, somente no ano passado o Irga deixou de receber em torno de R$ 12 milhões, conforme cálculos da Secretaria da Fazenda. De acordo com os dados, a cobrança da taxa colocou no caixa único do Estado R$ 47,3 milhões, sendo que, deste montante, apenas R$ 35 milhões foram repassados ao instituto. "É uma prática recorrente, danosa aos produtores", lamenta. Nas próximas semanas, Pereira garante que enviará documento ao governador Tarso Genro solicitando o repasse integral dos valores.

Protagonista de recentes impasses com o governo, o Conselho Deliberativo do Irga defende a transferência direta da CDO para o caixa da entidade. "Esse dinheiro é dos produtores e poderia ser usado imediatamente em uma campanha para aumentar o consumo", avalia o conselheiro Walter Arns, de Uruguaiana. "Se a entidade está sendo transformada em estatal, nada mais justo do que o governo arcar com a manutenção do Irga", completa.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, também é favorável ao repasse direto. "No caso de granizo, por exemplo, é preciso agilidade para indenizar as lavouras. Se o dinheiro estivesse com o Irga, não teríamos tanto atraso como hoje", ressalta. A Secretaria da Fazenda não quis se pronunciar sobre o assunto. Segundo o presidente do Irga, um projeto será elaborado para a utilização do saldo em conjunto com a Secretaria de Agricultura.

2 Comentários

  • R$ 0,40 = 2% sobre o valor do casca de R$ 20,00 é realmente um absurdo, mais 1% pro Comprador, 3% pro vendedor = só ai se vai 6% e o produtor o que ganha com isso???? só aumento de produtividade e nada de ações benefícas pró-consumo… é uma vergonha… Temos que inverter o Foco da produção para o consumo… quem sabe tenha algum resultado… com essa supersafra, não existe nenhum orgão, irga, governo, etc fazendo propaganda do produto para venda… isso que eles tão com dinheiro em caixa…

  • Pra que serve o IRGA , se até hoje só trabalhou para as industrias iludindo o produtor a colocar bastante adubo , uréia, fungicida, tratamento de semente assim enriquecendo as industrias de fertilizantes e herbicidas , objetivando colher dez mil quilos por hct para enriquecer mais as industrias de arroz. Antes se colhia 5 , 6 mil quilos por hct com um custo infinitamente inferior por hectare e se vendia o arroz por um preço infinitamente superior. O produtor não vive de produtividade e sim de resultados. Agora com uma produtividade de 8 mil quilos não se tem nem pra quem vender nem onde armazenar o arroz, nem caminhões pra transportar nem capacidade para exportar esse excedente , então onde esta o IRGA que não projetou que um aumento de produtividade acarretaria tudo isso achatando os preços e criando problemas até para as proximas safras.

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