Federarroz participa de audiência pública em Brasília

Presidente Renato Rocha apresentará os cenários da crise do arroz em busca de soluções.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, acompanhado de seu vice-presidente Daire Coutinho, participam nesta terça-feira, as 15h, de audiência pública na Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara Federal, oportunidade na qual apresentará um completo cenário da crise de comercialização do arroz. A iniciativa da audiência pública é dos deputados federais gaúchos Afonso Hamm (PP-RS) e Onix Lorenzoni (DEM-RS). Rocha apresentará uma análise histórica e conjuntural das duas safras mais recentes e o comportamento de custos e preços.

“Nossos problemas começaram com uma quebra da safra 2009/10, afetada pelo clima, a demora do governo federal em apresentar mecanismos de apoio para evitar uma queda maior nos preços. Com a safra recorde (2010/11) do Rio Grande do Sul, do Brasil e do Mercosul, a situação agravou-se ainda mais, pois os preços não cobrem os custos de produção”, resume. Lembra que o câmbio, amplamente favorável à importação, impediu as vendas externas e ajudou a aumentar a oferta interna, afetando negativamente os preços.

Ainda segundo Renato Rocha, desde o final de 2010, o governo federal passou a adotar medidas importantes, mas há um problema. Elas não oferecem acesso imediato e direto a grande maioria dos produtores. “Isto ocorre em função de aspectos burocráticos e de algumas deficiências dos mecanismos (AGF, PEP, opções públicas). Um exemplo é a falta de armazenagem para acessar o AGF, situação esta que não resolve o passivo e o cenário atual de baixos preços”, explica.

Diante disso, cinco são as reivindicações dos arrozeiros, já apresentadas ao governo federal e que serão ratificadas no encontro na Câmara Federal: adiamento dos vencimentos de custeio de safra e de comercialização e solução para o endividamento; prêmio de comercialização direto ao produtor; compensação para as importações do Mercosul; manutenção do pacote para comercializar 1,2 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, retirada do arroz destinado à ajuda humanitária para países atingidos por catástrofes (500 mil t), o que abriria espaço nos armazéns credenciados.

O presidente da Federarroz também destaca que o orçamento da União prevê R$ 5 bilhões para apoio à comercialização de grãos e que o arroz é o único setor que está com problemas. “O governo tem dinheiro sobrando para operar no socorro aos arrozeiros, mas os mecanismos lançados até agora, ainda que importantes, só alcançaram 10% dos produtores e o maior prejuízo está sendo exatamente dos pequenos e médios produtores”, cita.

Na última semana, uma mobilização setorial capitaneada pela Federarroz ganhou reforço político de peso, com 50 deputados estaduais e federais gaúchos, os presidentes da Assembléia Legisltiva, Adão Villaverde (PT) e da Câmara Federal, Marco Maia (PT-RS), 50 prefeitos e dezenas de presidentes de Câmara Municipais, além do próprio governador do RS, Tarso Genro. “Temos um documento assinado por 122 prefeitos gaúchos pedindo o apoio do governo federal à lavoura de arroz, pois esta crise está afetando diretamente à economia dos municípios e do estado”, finaliza Renato Rocha.

O anúncio de medidas para o arroz, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) realizado na tarde desta segunda-feira, contempla parte dos pleitos emergenciais federais. Em razão disso, os dirigentes da Federarroz permanecerão em Brasília nesta terça e quarta-feira, reforçando a necessidade do atendimento das demais demandas. As medidas serão reforçadas ao ministro e representantes da área técnica do MAPA.

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