Desvalorização do arroz pode reduzir produção da próxima safra em MT

Preço do produto reduziu em média 17% desde o ano passado. Sul do país já sofre com a falta de rentabilidade no campo..

No mesmo caminho que anda a rentabilidade do produtor de arroz no Rio Grande do Sul deve passar o rizicultores mato-grossenses. A desvalorização do produto no mercado que está prejudicando a renda do produtor e impactando na falta de investimento da porteira para dentro, no Sul do país, pode ser repetido em Mato Grosso.

Os primeiros reflexos já começaram a despontar em terras mato-grossenses onde o preço da saca de arroz (60 quilos) caiu cerca de 17% do ano passado para cá. Em 2010, o produtor costumava a comercializar a saca de arroz ao preço médio de R$ 35, e, atualmente, não chega a R$ 29/sc. A estimativa lógica, segundo o presidente do Sindicado das Indústrias de Arroz de Mato Grosso (Sindarroz-MT), Ivo Fernandes Mendonça, é que essa queda no valor provoque quebra da safra que inicia em fevereiro do ano que vem.

“É cedo para traçar um cenário certo, mas é preciso destacar que a valorização do arroz no ano anterior fez aumentar a produção da safra passada”. Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmam essa condição. A produção da safra 2010/2011chegou a 786 mil toneladas, que representa um aumento de 5,8% em relação a temporada 09/10, de 742,7 mil toneladas de arroz.

Mendonça destacou que o preço baixo é reflexo do excesso de oferta de produtos no mercado. Ele ressalta que Mato Grosso não deve voltar a ser o maior produtor de arroz do país. “Temos outra vocação econômica voltada para a soja, milho, algodão e carnes. Além disso, a produção é suficiente para atender a demanda consumidora do estado, que fica entre 250 mil toneladas e 350 mil toneladas”, conclui.

2 Comentários

  • Eu acredito que o valor pago pela saca de arroz poderá desestimular o plantio para a próxima safra em Mato Grosso, além disso, o câmbio valorizado e os preços em alta de outras culturas no mercado intenacional (como soja e algodão), que tem na exportação um grande mercado, também favoreceria para isso. No caso do algodão, por exemplo, o momento é de recuo nos preços do mercado externo, no entanto os valores atuais ainda estão bem acima do valor médio histórico e cerca de 35% de toda a produção nacional (média dos últimos cinco anos) é destinada à exportação. Para a soja em grão, o valor segue com tendência altista e aproximadamente 43% da produção nacional tem como destino a exportação. No caso do arroz, a exportação não alcança 10% da produção do cereal no país. Eduardo Aquiles _ Safras&Mercado

  • O governo investiu 1,1 bilhões para aumentar R$ 0,50 o preço do arroz! Não seria mais fácil proibir as importações? Gostaria que a presidente explicasse que este dinheiro R$ 1,1 bilhões é para sustentar a cadeia produtiva de arroz da Argentina e Uruguai, e não a do Brasil, pois se o governo tivesse realmente a intenção de melhorar o preço do arroz já teria trancado as importações de arroz, qual o propósito da importação de arroz, se o Brasil produziu um volume maior que o consumo este ano? Pergunto, porque isto não acontece? Por que os interesses das indústrias de eletrodomésticos e automóveis de São Paulo e as indústrias de beneficiamento de arroz do RS estão em jogo, e quem tem maior poder de fogo para fazer LOBBY no governo, estas indústrias ou a cadeia produtiva de arroz do RS e SC? Esta cadeia que é desunida e não tem representantes sérios, pois são todos vendidos. Agora começo a me perguntar, onde está o movimento TE MEXE ARROZEIRO, que nos fez ir a Uruguaiana e lá ficou certo que haveria um novo movimento em Porto Alegre no dia 6 de junho e depois foi adiado para dia 13 do mesmo mês, porque não foi organizado um novo movimento, deve ser porque o preço do arroz está bom!! A única salvação para a cadeia produtiva do arroz é a proibição da importação de arroz e o estabelecimento do preço meta!

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