Análise da safra de arroz do 10º Levantamento de Safra da Conab

A análise da safra de arroz do Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2010/2011– Décimo Levantamento – Julho/2011 .

Situação geral – A semeadura da lavoura de arroz da safra 2010/11 na região Sul, foi concluída dentro do período ideal, com concentração no período de 15 de outubro a 15 de novembro. O aumento de área constatado se deve a fatores como: quantidade suficiente de água para a irrigação nas barragens e corpos d’água, em praticamente todas as regiões que produzem arroz irrigado; recuperação das áreas perdidas na safra anterior; uso de variedades “CL” que recuperaram áreas infestadas com arroz vermelho e a recuperação da área cultivada na região Nordeste. Já o aumento da produção deu-se em função do uso de variedades com alto potencial produtivo e precipitações abaixo da média na região onde é cultivado o arroz irrigado.

Quanto ao arroz de sequeiro, a semeadura na região Centro-Oeste é semeada em período intermediário, e nas regiões Norte e Nordeste a semeadura acontece mais tarde com a conclusão no mês de março. O cultivo de sequeiro vem diminuindo continuamente, tanto no Centro-Oeste, quanto no Norte/Nordeste. Os motivos são a concorrência com a soja, milho e a diminuição de abertura de áreas novas de lavoura, onde o arroz tem preferência no primeiro ano de cultivo.

A colheita do arroz irrigado está concluída na região Centro-Sul. Na região Sul, a concentração da maturação no mês de março foi decorrente da semeadura ter se concentrado num período de trinta dias, nos meses de outubro e novembro. Com isso, os produtores enfrentaram problemas com a logística. Faltaram caminhões, colheitadeiras e secadores em número suficiente para atender a demanda concentrada da safra, o que onerou o frete e as despesas de secagem. No nordeste do país, as lavouras estão em fase final de colheita, sendo que em alguns estados onde é cultivado o arroz irrigado, a colheita está concluída.

Área cultivada – A área cultivada com arroz na safra 2010/11 foi de 2.858,1 mil hectares, 3,4% maior que a área cultivada na safra anterior, que foi de 2.764,8 mil hectares. O maior aumento na área irrigada ocorreu no Rio Grande do Sul, 7,3%. Na área de arroz de sequeiro, os maiores aumentos ocorreram no Ceará; Piauí e São Paulo, mas, são Estados com pouca expressão na produção nacional. Os Estados com maior expressão na produção de sequeiro e que mais diminuíram a área cultivada foram: Pernambuco, Goiás e Minas Gerais.

Sistema de cultivo – O cultivo do arroz irrigado adota os sistemas: Plantio Direto, Cultivo Mínimo e Plantio Pré-Germinado. O Plantio Convencional está sendo pouco usado e justifica-se apenas quando as condições climáticas não permitem o preparo antecipado do solo. Em Santa Catarina predomina o sistema de cultivo em patamares e o uso de sementes pré-germinadas. Já o arroz de sequeiro utiliza o sistema de Plantio Direto para as áreas cultivadas a mais tempo, e o Plantio Convencional para as áreas abertas recentemente. Nas regiões Norte e Nordeste o predomínio é do Plantio Convencional tradicional.

Clima – A variável climática foi bastante favorável à cultura do arroz irrigado. As boas chuvas ocorridas logo após a colheita da safra passada, completaram a capacidade dos mananciais e dos corpos d’água utilizados na irrigação. A incidência do fenômeno La Niña no Centro-Sul, favoreceu a cultura do arroz irrigado que requer boa luminosidade e irrigação adequada. A estiagem ocorrida no Rio Grande do Sul atingiu uma área correspondente a 3% da área cultivada com arroz no Estado, sem prejudicar a produção, por ter toda área irrigada. Nas regiões produtoras do arroz de sequeiro, o clima até o momento é bastante favorável para o estabelecimento e desenvolvimento da cultura. Nas regiões Norte e Nordeste o plantio do arroz foi finalizado recentemente, com desenvolvimento normal até a data do levantamento (20 a 24 de maio).

Produtividade – A produtividade média nacional esperada para esta safra é de 4.805 kg/ha, 13,9% maior que a alcançada na safra 2010/11 (4.218 kg/ha). O aumento se deve à excelente performance da lavoura irrigada, principalmente no Rio Grande do Sul, por conseqüência do clima favorável, o uso de variedades de alta produtividade e a aplicação de tecnologia de alto nível (Projeto Dez). Neste Estado, a produtividade foi de 7.600 kg/ha.

Produção – A produção nacional de arroz está estimada em 13.733,2 mil toneladas, 17,8% maior que a safra 2009/10 (11.660,9 mil toneladas) e está praticamente consolidada pela colheita de mais de 90% da safa nacional. A região Sul é responsável por 72,95% (10.018,9 mil toneladas) da produção nacional de arroz, e o Rio Grande do Sul representa 63,53% (8.832 mil toneladas).

Estágio da cultura – A região Centro-Sul, já encerrou a colheita. Na região Nordeste, as lavouras estão praticamente no final do ciclo.

Qualidade do produto colhido – Cada vez mais os produtores procuram por variedades que produzem arroz longo fino de ótima qualidade para atender as exigências do mercado, inclusive em relação às variedades de sequeiro. Nesta safra, os produtores fugiram um pouco deste comportamento e preferiram semear variedades de alta produção (BR IRGA 424 e Puitá), mas que não têm o mesmo desempenho na industrialização. Mesmo assim, estas variedades superaram as expectativas quanto a qualidade. No Rio Grande do Sul, o arroz colhido no período final de colheita, teve queda da qualidade por influência do atraso da colheita, levando o rendimento para uma faixa inferior a 50% de grãos inteiros. Esta classificação tem dificuldade para ser comercializada e quando acontece, alcança preços 50% menores daqueles obtidos pelo arroz com boa classificação.

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