Os produtores de arroz iniciam em Normandia a colheita da safra 2011/2012

Os números da colheita da safra 2011-2012, de acordo com os produtores, na região de Normandia devem superar a marca das 70 toneladas.

Os rizicultores Ivo Barili e Nelson Itikawa, atualmente estabelecidos no município de Normandia, iniciaram sábado (30) a colheita da safra 2011/2012 de arroz irrigado. A área de várzea estende-se por quase 1000 hectares do outro lado da reserva indígena Raposa Serra do Sol.

“O que estamos vendo aqui demonstra a eficiência e a qualidade do nosso produtor rural”, comentou o vice-governador Chico Rodrigues que esteve participando do evento.

Os produtores de arroz foram forçados na primeira metade de 2009, por força de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a saírem de suas propriedades, com a proposta de serem relocados em outras áreas do estado de Roraima, o que não aconteceu até o presente. Dessa forma, o processo produtivo foi descontinuado, sendo remado por alguns este ano em áreas arrendadas ou compradas nas proximidades dos seus antigos redutos.

O processo de retirada desses produtores da área Raposa Serra do Sol trouxe graves consequências econômicas para aqueles que decidiram eles permanecer em Roraima, como é o caso de Ivo Barili que conseguiu comprar uma área de várzea bem próxima ao Rio Tacutu, excelente para o plantio de arroz irrigado, tendo como seu vizinho Nelson Itikawa que arredou a terra para o plantio, na esperança de uma solução definitiva por parte das autoridades federais.

O vice-governador Chico Rodrigues fez questão de acompanhar de perto o início da colheita. “É uma preocupação que o governo do estado tem e que tenta ajudar de toda forma esse segmento produtivo e importante da economia roraimense”, comentou. Enalteceu a capacidade empreendedora daqueles dois rizicultores que entenderam não poder cruzar os braços e buscar alternativas, como as que encontraram em Normanda.

Para ele o estado começa a se recuperar de várias fases difíceis que vinham se arrastando por algum tempo, como foi o caso da polêmica questão da terra indígena Raposa Serra do Sol que se estendeu por mais de uma década.

“Evidentemente que nossa meta é buscar reforços para a nossa economia para sairmos da estagnação. E esta é uma das grandes preocupações do governador Anchieta. Claro que por conta daquela questão de demarcação o estado perdeu muito, mas não podemos ficar contando os prejuízos, temos de buscar alternativas, como o fizeram Ivo Bareli e Nelson Itikawa”, comentou.

Os números da colheita da safra 2011-2012, de acordo com os produtores, na região de Normandia devem superar a marca das 70 toneladas. “A produtividade aqui fica em torno de 7 toneladas por hectares, ou seja, 140 sacas, o que é razoável, embora a gente perca para o Rio Grande do Sul, onde se consegue colher algo em torno de 7,5 toneladas por hectare”, informa Nelson Itikawa.

De acordo com ele a grande vantagem para o rizicultor em Roraima é a condição climática, pois enquanto no Rio Grande do Sul o produtor tem no máximo 3 meses para o plantio. “Nós temos aqui em torno de 8 meses. Podemos otimizar nossas máquinas e pessoal e não precisamos demitir ninguém, como acontece lá. Aqui, tem serviço o ano todo”, informa Nelson.

O vice-governador Chico Rodrigues comentou que as maiores reivindicações desses dois produtores que estão fazendo um grande trabalho na região de Normandia é com relação a energia elétrica confiável e a estrada federal que ainda não foi asfaltada e recentemente teve alguns quilômetros destruídos pelas águas do Rio Maú que subiu acima do nível normal. A situação foi contornada parcialmente.

O governo do estado desenvolveu todos os esforços, inclusive junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), para dar trafegabilidade à BR 410, única que dá acesso à cidade de Normandia.

Com relação à energia elétrica confiável, vez que atualmente ela é fornecida através de geradores a diesel. “Infelizmente Normandia ainda está longe do eixo para que possamos transferir as rede de alta tensão e de 69 até aqui”, afirma Chico Rodrigues. Segundo ele essa solução está a caminho, mas que não será de imediato, pois o governo do estado tem como certa a chegada do linhão de Tucurui, via Manaus (AM).

Para realizar o trabalho de irrigação da área de plantio, os rizicultores Ivo e Nelson utilizam o sistema de bombeamento movido a diesel, para levar água do Rio Tacutu aos canais de irrigação que se espalham por uma imensa área de quase 1000 hectares.