Cachoeira do Sul (RS) deve reduzir lavoura de arroz
Barros: o que mais preocupa é o atraso do preparo de solo, faltando 20 dias para o início do plantio
Preparo atrasado do solo pode retardar o plantio, derrubando ainda mais a produtividade
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O coordenador regional do Instituto Rio Grandense do Arroz, engenheiro agrônomo Jaceguay Barros, anunciou que a lavoura do cereal pode sofrer uma redução de 6% na próxima safra, caindo dos 40,9 mil para 38,5 mil hectares em Cachoeira do Sul. A crise provocada pelo baixo preço pago pelo arroz para os produtores e as dificuldades para acessar o crédito para o custeio seriam as causas da queda da área cultivada. E esta tendência não está sendo constatada pelo Irga somente em Cachoeira, pois na Depressão Central a lavoura deve encolher 7,3%, atingindo 159 mil hectares. No ano passado, os produtores de arroz da região cultivaram o total de 171.675 hectares.
Apesar da estimativa de queda da área a ser plantada, o que preocupa Barros é o atraso dos produtores no preparo do solo para a semeadura do arroz. Faltando 25 dias para iniciar o período recomendado para o plantio, apenas 20% da área está pronta para o cultivo do cereal, enquanto o ideal seria Cachoeira estar com 70% da terra preparada. Barros observa que os arrozeiros deveriam ter aproveitado o outono favorável para preparar o solo, pois agora inicia um período chuvoso e o produtor não consegue trabalhar a terra. Ele entende que os orizicultores estão apreensivos em virtude da crise, mas alerta que a comercialização do cereal não deve afetar a parte operacional.
PRODUTIVIDADE – Na safra passada, o Irga constatou que 61% da lavoura cachoeirense foi plantada dentro do período recomendado, entre 20 de setembro e 10 de novembro. Ao seguir a orientação do Irga, os produtores atingiram a produtividade média de 7,3 mil quilos por hectare, um recorde para Cachoeira. “Os 39% semeados fora do período ideal roubaram a média final”, frisa Barros. A vantagem de semear o arroz neste período é a maior produtividade em função da planta aproveitar a maior radiação solar no período reprodutivo.
PARA SABER MAIS
Dicas para o preparo do solo
> O produtor deve preparar no outono o solo seco ou o solo úmido, observando pontos como drenagem e aplainamento da terra, evitando lugares desnivelados, que irão irrigar mal a lavoura por excesso ou falta de água.
> Nos meses de abril, maio e junho recomenda-se a destruição das socas das lavouras naquelas que serão repetidas e, se possível, já o preparo final do solo, como nivelamento e entaipamento. As lavouras que já passaram por esta operação no verão devem ser dessecadas antes que as invasoras frutifiquem e liberem suas sementes.
> Nas áreas que permitirem, pode-se utilizar equipamentos como roda gaiola, pranchões ou alisadores, aproveitando as chuvas ou a água remanescente da lavoura para o bom acabamento do aplainamento do solo.
> Durante o inverno deve-se observar, principalmente, a drenagem das áreas, podendo ainda haver algum preparo de solo, mas já com maior dificuldade por causa da maior incidência de chuvas.
> O entaipamento exige bastante cuidado. Dele depende o sucesso ou fracasso da irrigação. O processo de construção é muito importante, evitando taipas mal dimensionadas, muito altas ou muito baixas.
