Conab prevê redução produtiva para o arroz na primeira projeção da Safra 2011/12
Veja a íntegra do capítulo de arroz da Intenção de Plantio do 1º Levantamento da Safra 2011/12 da Conab.
Situação geral
A lavoura de arroz da safra 2011/12 no Rio Grande do Sul começou a ser semeada no mês de setembro logo após o solo ter atingido a temperatura mínima para provocar a germinação das sementes. A lavoura semeada nesta época será colhida já no mês de janeiro de 2012, antecipando assim, o início da safra 2011/12. As demais áreas, o preparo do solo está praticamente concluído indicando que a redução de área propalada pela maioria dos consultores agrícolas e parte dos produtores, não será tão efetiva.
Na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, onde se concentra a produção do arroz irrigado do Estado e do Brasil, a previsão é de que a área cultivada será a mesma mudando apenas a propriedade de algumas lavouras. O pacote de insumos será menor, devido o aumento no custo de produção e a pequena reação do preço do produto nomercado.
Nos demais Estados produtores, a semeadura deverá ser iniciada no mês de outubro, se estendendo até novembro. Em Santa Catarina, segundo maior produtor do arroz irrigado, a variação da área será pequena pois as áreas cultivadas são todas sistematizadas, usam sementes pré-germinadas e dificilmente servem para cultivo de outros produtos. No Paraná a diminuição de área do cultivo irrigado é mínima.
O arroz de sequeiro que em área equivale ao irrigado, vem diminuindo safra a safra, a área de cultivo e só não acontece a queda da produção porque o arroz irrigado vem num constante crescimento de produtividade, com lançamento de novas variedades altamente produtiva e a disseminação do cultivo dos híbridos que alcançam produtividades estupendas, alcançando até 18.000 kg/ha.
Área cultivada
A intenção de cultivo do arroz na safra 2011/12 deve ficar entre 2.742,9 e 2.804,3 mil hectares, dentro de um intervalo de variação de (-) 2,7 e (-) 0,6%. Esta variação está relacionada ao arroz da região Centro-Sul uma vez que nas regiões Norte e Nordeste a semeadura começa a partir do final do ano e os produtores não tem definição sobre o tamanho da área que irão cultivar.
Sistema de cultivo
O cultivo do arroz irrigado adota os sistemas: Plantio Direto, Cultivo Mínimo e Plantio Pré-Germinado. O Plantio Convencional está sendo pouco usado e justifica-se apenas quando as condições climáticas não permitem o preparo antecipado do solo. Em Santa Catarina predomina o sistema de cultivo em patamares sistematizados, onde são usadas basicamente sementes Pré-Germinadas. Já o arroz de sequeiro utiliza o sistema de Plantio Direto para as áreas cultivadas repetidamente, e o Plantio Convencional para as áreas abertas recentemente. Nas regiões Norte e Nordeste o predomínio é do Plantio Convencional tradicional.
Produtividade
Pelos fatores disponíveis no momento, que podem influenciar na produtividade, a previsão é de que deve ficar em torno de 4.512 kg/ha. A metodologia utilizada pela Conab para estimar a produtividade prevê o uso da média obtida nas cinco ultimas safras, descartando-se os resultados atípicos. O bom senso também é uma ferramenta levada em conta quando os fatores que interferiram na produtividade podem ser duradouros, como por exemplo o emprego de tecnologia e o aprimoramento do cultivo pelos produtores.
Produção
Pela intenção de plantio manifestada pelos produtores e os informantes da Conab, a produção nacional de arroz pode ficar ao redor de 12,71 milhões de toneladas. Os mananciais de irrigação do Rio Grande do Sul estão com a capacidade de água incompleta, dependendo das chuvas de outubro para alcançar a capacidade máxima. Para as Regiões Norte e Nordeste, o fator limitante é o clima e as informações disponíveis são para os próximos três meses e o início da semeadura se dará após este período.
Estágio da cultura
Início de semeadura na região Sul. Nas demais regiões produtoras a semeadura depende do período chuvoso, o que deve ocorrer durante o mês de outubro no Centro Oeste e janeiro no Norte e Nordeste. Colheita encerrada na região Centro-Sul e em fase final nas regiões Norte e Nordeste.
Qualidade do produto
As variedades que produzem arroz longo fino de ótima qualidade para atendem as exigências do mercado, inclusive em relação às variedades de sequeiro. As variedades de alta produção (BR IRGA 424 e Puitá), têm alto potencial produtivo, mas, o desempenho na industrialização é fraco pela apresentação de defeitos no grão com barriga branca e gesso. O comportamento do clima será importante para a qualidade do produto que será colhido na próxima safra.
Veja a íntegra do 1º Levantamento da Safra 2011/12 (Intenção de Plantio) da Conab, em nossa área de downloads .
9 Comentários
BOM..PELAS INFORMAÇOES ACIMA, SE CONCRETIZAREM, SO TEMOS QUE REZAR PARA O GOVERNO GARANTIR O PREÇO MINIMO NA HORA CERTA, AUMENTAR AS EXPORTAÇOES ANO QUE VEM , E O BRASILEIRO NOS AJUDAR COMENDO MAIS ARROZ….DE RESTO, SE ISSO NAO OCORRER, SERA BALELA PURA E SONHOS DE PRODUTORES, QUE QUEREM TRANCAR FRONTEIRAS, PRAZOS ALONGADOS PARA PAGAR SUA JA QUEBRADEIRA, GARANTIA DE PREÇO MINIMO NA JUSTIÇA, ETC….COISAS QUE JA SABEMOS, O GOVERNO NAO IRA FAZER…JA QUE TEREMOS A MESMA PRODUÇÃO DE ARROZ NO PROXIMO ANO, QUE DEUS NOS AJUDE, PELO MENOS….
Não sei como eles fazem esses levantamentos, mas na fronteira-oeste do RS haverá redução de no mínimo 10% da área plantada, 30% na quantidade de adubo, uréia e herbicidas a serem utilizados, fruto da falta de renda, de crédito e dos preços baixos. A falta de água será amenizada pelas chuvas de outubro, embora o La Niña que se avizinha deva trazer acentuados períodos de seca. A realidade é bem outra, muito diferente da que os órgãos governamentais querem demonstrar!!! O arrozeiro agoniza…até os hermanos estão desesperançosos e vão diminuir a área. Mas ainda assim, ano que vem terá excedente novamente, então está na hora de se mexer exigindo garantia do preço mínimo seja na justiça, seja politicamente!!!
que cometário infeliz, é de quem não sabe o que diz!!!!!!!!!!! Não é um lutador nem agricultor !!!!!!!!!!!! Deve ser um cordeiro pronto para o abate!!!
Não acredito que foi dirigido a minha pessoa o comentário acima!!! Mas se foi quero dizer apenas uma coisa, as pessoas devem respeitar as opiniões dos outros, da mesma forma que querem suas opiniões respeitadas…Este espaço é para todos e não para apenas alguns que querem ouvir apenas o que pensam ou acreditam ser a verdade absoluta. Reduzir área é uma questão imperativa. Tem pessoas que se iludem ainda que o Poder Judiciário é capaz de resolver todos os problemas sociais de forma a atender apenas os interesses particulares. Se existe lei ou não existe o que impera naquele poder são as jurisprudências e o direito. Mesmo havendo lei pode haver jurisprudência contrária. Talvez seja por isso que os sindicatos e órgãos de representação ainda não tenham buscado o Judiciário com medo de provocar verdadeiras aventuras jurídicas!!! Quanto ao comentário que ainda não acredito ter sido dirigido a minha pessoa de que, não é um lutador nem agricultor, tenho apenas uma consideração a fazer, leiam os meus comentários do ano inteiro neste espaço, para ver quem é o cordeiro pronto para o abate!!! No passado recente foram propostas ações judiciais para elevar a TEC e restringir as importações por questões sanitárias e no que deu? Não deu em nada!!! Mas mesmo assim sigo respeitando a opinião dos colegas, com respeito e educação que todos merecem!!!
Sr. Flavio, parabens por seus comentarios aqui….Sempre venho batendo nesta tecla a tempos, de que nao podemos mais colher 8 milhões de toneladas de arroz, sem um mercado comprador externo..ISSO EH FATO…Nosso mercado consumidor interno, esta estagnado a anos, senão vejamos, o Mato Grosso ja colheu 2 milhões de toneladas de arroz, hoje, colhe umas 700 mil…ISSO QUE TEMOS QUE TER EM MENTE….Todo ano de pouca oferta de arroz o preço sobe, mesmo com Importações…Pleitear decisoes na justiça, são demoradas e caras, acho que temos outras formas de fazer o preço ser compensador, sem precisar esperar trancar Importações nem estradas. O debate esta em aberto para novas sujestões, mas acredito que as primeiras medidas, passam pelo que falei…
Concordo com todos depoimentos acima.Não concordo com a Sra. Stella.Bancar o Dom Quixote não vai levar a nada. Alei da oferta e procura é irrevogável.
Caro Schmidt, tenho acompanhado os seus pronunciamentos e jamais faria um comentário dirigido a sua pessoa que tem razoabilidade naquilo que expõe. O que eu não concordo e jamais vou aceitar é situações de passividade, esperando que as coisas aconteçam caindo dos Céus. Tenho manifestado o fato do ingresso na Justiça mas com FOCO APENAS NO PREÇO MÍNIMO, já que todas as demais ações e tenho conhecimento do que eu digo foram pedindo o que não está contemplado em Lei como p. ex. (indenização pela margem do preço mínimo e custo de produção, impedimento das importações do Mercosul, etc.), NUNCA e NENHUMA DELAS SOMENTE COM O FOCO NO PREÇO MÍNIMO que é obrigação legal decorrente do TEXTO DA LEI. Ninguém entrou até agora com uma ação pedindo SOMENTE ISSO, a GARANTIA pelos mecanismos do art. 33, §2 e § da Lei 8.171/91. Por isso que o Judiciário não nos atendeu porque pedimos demais e desviamos o FOCO (PREÇO MÍNIMO). Flávio Evandro Schimdt, tu és advogado e sei que compreendes bem o que eu digo.
Sr. Flavio Evandro Schmidt, por isso, por suas ponderações de muita razoabilidade, espero conhecê-lo pessoalmente na Abertura do Plantio em Restinga Seca, pois estarei lá junto com o nosso Movimento do TE MEXE ARROZEIRO, tendo o grande prazer em conhecê-lo, se o Senhor se fizer presente. Um abraço.
Concordo que a Lei da oferta e da procura é irrevogável, e que em cima disso temos que nos planejarmos para enfrentarmos a atividade a qual estamos engajados.
Quanto as alternativas, devemos sim nos espelhar em outros estados como o MT que hoje planta área inferior a 1 milhão de hectares.
Cabe a nós repensarmos esta questão a fim de nesta atual conjuntura não comprometermos nossos limites de capacidade financeira evitando assim um triste desfecho.