Arroz tailandês mais caro

Os efeitos das cheias na Tailândia fazem sentir-se em Macau. A associação de fornecedores alerta para um possível aumento do preço do arroz no início do próximo ano. De cá, não estão a partir turistas em viagens organizadas.
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O preço do arroz tailandês deve aumentar nos próximos meses. Banguecoque anunciou a intenção de começar a comprar o cereal aos produtores a um valor mais elevado, de 1.400 dólares americanos por tonelada – medida que se irá reflectir no preço final.

Por seu lado, a Associação de Indústria Turística de Macau (AITM) explicou que o recomeço das viagens em grupo à Tailândia continua incerto, já que o comércio ainda não voltou a funcionar normalmente e ainda há racionamento de água em algumas regiões do país.

O preço de cinco quilos de arroz aromático tailandês (variedade com grãos mais longos e com um aroma a nozes, considerada de maior qualidade), num supermercado local, em Macau, fica entre 60 e 90 patacas. A marca Golden Earth, por exemplo, custa 72 patacas, e a Golden Elephant chega às 82 patacas. Este tipo de arroz, muito consumido na RAEM, provém da zona leste da Tailândia, que escapou à agressividade das cheias, afirma Ip Siu Man, presidente da Associação da União dos Fornecedores de Macau (AUFM).

“A região oeste da Tailândia foi fortemente atingida pelas inundações, mas o arroz branco que nessa zona se produz é o mais barato e não é muito exportado para Macau”, explica Ip. “Ainda assim”, aponta, “nos meses que virão, espera-se uma escalada dos preços”.

A grande causa desta subida, refere o presidente da AUFM, prende-se com o aumento do valor que o Governo tailandês pretende pagar aos agricultores, de 1100 dólares por tonelada para 1400. No entanto, Ip Siu Man acredita que só no início do ano que vem é que o acréscimo no preço se deve fazer sentir no mercado. “Os importadores em Macau têm reservas de arroz suficientes para responder à procura durante um mês ou dois”, assegura.

Desde a semana passada que as viagens turísticas organizadas para a Tailândia estão suspensas, especialmente as destinadas a Banguecoque e a Pataya. Andy Wu, director da AITM, explica que neste momento não há qualquer viagem a decorrer e que os últimos grupos já regressaram, segunda e terça-feira.

A AITM, que inclui as maiores agências de viagens de Macau, como a EGL Tours, Wing On Travel, Hong Thai Travel Services, Morning Star Travel e Sunflower Travel, certificou que a Tailândia ainda é o destino turístico mais popular do Sudeste Asiático e que esta situação apenas se deve às inundações que atingem o país.

“Desde segunda-feira passada que suspendemos as viagens em grupo, o que afectou 80 clientes”, informou Andy Wu. “Tínhamos intenção de retomar as viagens no dia 8 de Novembro, mas não podemos dar essa garantia, pois ainda é necessário efectuar uma avaliação da situação no terreno”, esclarece.

Wu lembrou que o aeroporto de Banguecoque continua a operar de forma regular e que o sistema de transportes da capital está funcionar melhor do que era esperado. De acordo com o jornal Bangkok Post, apesar de muitas partes da cidade terem sido atingidas pelas cheias, a maioria dos autocarros continua a circular.

Para o director da AITM o maior motivo de preocupação é mesmo o racionamento de água, implementado nas regiões mais afectadas pela poluição do rio. As lojas ainda não estão a vender água de forma regularizada, o que também inquieta o responsável. Fazendo uma avaliação geral, Wu acrescenta: “Até agora ainda não fomos informados de quando se espera que as águas se afastem de Banguecoque”.

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