Lavoura gigante de soja em Cachoeira do Sul (RS)

Plantio de soja em várzea deve atingir 8 mil hectares em Cachoeira do Sul (RS), a capital nacional do arroz, substituindo o cereal.

A lavoura de soja na várzea pode surpreender e chegar a 8 mil hectares nesta safra em Cachoeira do Sul (RS), município considerado a Capital Nacional do Arroz, superando os 5 mil hectares estimados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). No ano passado, os produtores plantaram cerca de 2,5 mil hectares da leguminosa na várzea no município. A nova previsão sobre o plantio de soja nas áreas geralmente destinadas pelos agricultores ao cultivo de cereal foi anunciada ontem pelo coordenador regional do Irga em Cachoeira, o agrônomo Jaceguay Barros. Considerando a coxilha, a soja deve atingir os 60 mil hectares nesta safra, 5 mil a mais que no ano passado.

A crise que afetou os arrozeiros este ano foi decisiva para elevar a área com a soja na várzea. Com a safra recorde de arroz, a grande oferta do produto causou a queda do preço e a saca do cereal chegou a ser negociada por R$ 18,00. Muitos produtores não conseguiram pagar o custeio e precisaram renegociar suas dívidas com os bancos. A alternativa foi apostar na soja, cultura com custo de produção inferior ao arroz e com o mercado estável.

RENTABILIDADE – O sistema integrado da soja com o arroz pode garantir a rentabilidade desejada pelos produtores. Ao vender a soja após a colheita, ele consegue dinheiro para pagar as contas da lavoura e pode guardar o cereal para vender quando o mercado estiver aquecido. Além disso, a soja melhora as condições da terra e, com isso, é aliada para elevar a produtividade do arroz, pois agrega o nitrogênio ao solo e ajuda a controlar o arroz vermelho, principal praga da lavoura do cereal.

Irga fará roteiro técnico no Capané

Os produtores rurais de Cachoeira do Sul são esperados para um roteiro técnico nesta segunda-feira, às 16h30min, na estação experimental do Irga, na Barragem do Capané. A tarde de campo abordará o plantio de soja e milho na várzea sobre o microcamalhão. O Irga trará uma semeadora de soja para várzea. O equipamento realiza em uma única operação a formação de elevações da superfície do solo e a semeadura de soja, denominada de microcamalhão. O coordenador regional do Irga, agrônomo Jaceguay Barros, salienta que é uma grande oportunidade dos produtores conhecerem o sistema, avaliando as vantagens e riscos destas culturas em áreas de várzea.

Atenção
Cachoeira deve cultivar 35 mil hectares de arroz nesta safra, uma queda de 14% em relação à área plantada ano passado. O levantamento do Irga aponta que 82% da lavoura já está semeada.

Mazuim comandará assistência
O engenheiro agrônomo Luciano Mazuim da Silva foi contratado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz para prestar assistência para os orizicultores de Cachoeira do Sul e Novo Cabrais. Aos 34 anos, Mazuim reside em Cachoeira, onde trabalhou na Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária. Formado em 2002 pela UFSM, o profissional estava trabalhando como supervisor técnico da Ferticel, empresa de Santa Catarina, antes de passar a trabalhar no Irga.
O coordenador regional do Irga, Jaceguay Barros, afirma que Mazuim tem potencial para desenvolver um bom trabalho em parceria com os produtores. “Estamos confiantes, assim como sempre estivemos com o Patrício, que prestou um trabalho reconhecido pelos produtores de Cachoeira. Ele chega para dar continuidade a este trabalho e, com certeza, vai atender as expectativas dos produtores”, frisa Barros. Mazuim assume o lugar do agrônomo José Patrício Freitas, que deixou o Irga.

6 Comentários

  • e isto ai gente, quem puder que migre pra outra cultura pois a monocultura ja era, pois arroz tao cedo nao sera um bom negocio

  • Concordo com o amigo Eduardo, está na hora de diversificar as culturas, porém tem que ser bem pensado pois como a area em questão é a varzea, essa oferece algumas limitações para as culturas do seco, mas a pesquisa já tem bons avanços quanto a isso e lembrando que não é só a questão financeira que está em jogo mas também o controle do arroz vermelho resistente aos herbicidas disponíveis no mercado.

  • Felizmente algumas variedades tem se adaptado perfeitamente a várzea e já se tornam uma opção rentável para o lugar das deficitárias áreas orízicolas e com uma VANTAGEM, alguns produtores para se prevenirem da seca desenvolveram uma técnica de entaipar mais espaçadamente a lavoura e dar banhos ultra rápidps nos períodos críticos, lembrando sempre a que as aras de soja na varzea tem que ter cuidado quadruplicado com a drenagem.
    Parece que finalmente encontramos uma alternativa, vamos ir aos poucos aprendendo a lidar com esta cultura que tem MERCADO FUTURO, não esta atrelada a cartéis é de um custo/ha 3 x menor que o arroz e demanda pouca mão de obra pra quem esta acostumado com o arroz.
    VAMOS LÁ IRGA E EMBRAPA DESENVOLVAM TECNOLOGIAS PARA NÓS PARARMOS DE PRODUZIR ARROZ E O BRASIL IMPORTAR TODO DO MERCOSUL!!!

  • apoiado diego!! é isso mesmo que o IRGA nos induz a fazer, dizimar com nossa cultura…

  • Se as coisas continuarem do jeito que estão, com a falta de apoio verdadeiro por parte de nossos governantes, e não apenas paliativo, como são esses leilões de pep e pepro, em breve estaremos comentando em uma revista que se chamará planeta soja, nosso órgão de classe será o irgs (instituto riograndense da soja), nossa abertura da colheita será em Não-Me-Toque e, finalmente, nosso produto virará biocombustível!!! É muito triste tudo isso e vejo que os produtores estão profundamente decepcionados com tudo o que está ocorrendo. Esse ano já tivemos uma redução de área de 15 a 20%. Se existirem gorduras, elas serão queimadas nessa safa 2011/2012.

  • Quero parabenizar aos agricultores que estão partindo para essas novas culturas ( soja e milho). Sou produtor de arroz em Itapema ( SC), e infelizmente não posso diversificar o meu cultivo, por ser uma área arrendada com quadra sistematizadas para cultivo de arroz irrigado. Concordo plenamente com os colegas acima, que a propriedade que pratica a monocultura não pode mais sobreviver. A respeito das culturas que estão sendo pesquisadas pelos órgãos citados acima tenho certeza que dará certo, é só lembrarmos do cerrado brasileiro onde as empresas de pesquisa da região desenvolveram variedades que estão produzindo muito bem.

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