Governo e setor privado discutem impostos diferenciados

Mapa inicia debate sobre produtos agropecuários que devem ser incluídos na lista de 100 itens que cada país do Mercosul terá direito a elevar a tarifa sobre as importações. O arroz pode entrar na pauta.

Representantes da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e do setor privado agrícola e agroindustrial reuniram-se, na manhã desta quinta-feira, 26 de janeiro, para iniciar os debates sobre quais produtos agropecuários devem fazer parte da nova lista de produtos com tarifa diferenciada para importação. A medida, resultado da Decisão Mercosul nº 39, determina que cada país membro do bloco tenha direito a elaborar uma relação de 100 produtos que terão tarifa elevada para importação.

A lista será elaborada por um Grupo de Trabalho, criado por resolução aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em reunião na última terça-feira, 25 de janeiro. Segundo a Camex, o objetivo da decisão é tentar reduzir desequilíbrios comerciais provocados por incertezas econômicas.

Participaram da reunião no Mapa o secretário de Relações Internacionais Célio Porto, o diretor do Departamento de Assuntos Comerciais, Benedito Rosa, integrantes das Câmaras Setoriais de Culturas de Inverno, Vinho, Leite, Arroz e Fibras, além de representantes dos ministérios de Relações Exteriores. “Essa reunião é a primeira de uma série de discussões, para tratar de quais produtos agropecuários devem ser incluídos na lista”, explica o secretário de Relações Internacionais, Célio Porto.

Produtos de diversos setores da economia (têxteis, farmacêuticos, indústria automobilística, dentre outros) poderão ser incluídos na lista. Um grupo técnico com representantes do governo federal, composto por integrantes dos ministérios das Relações Exteriores, Fazenda, Agricultura, Planejamento, Desenvolvimento Agrário e Casa Civil, ficará responsável pela elaboração da lista. Dessa forma, cabe ao Ministério da Agricultura, em conjunto com o setor privado, escolher quais produtos agropecuários devem ser incluídos na relação.

“A entrada de certos produtos têm prejudicado a comercialização da produção nacional”, ressalta o secretário. Exemplo disso são os vinhos da Itália, França, África do Sul e EUA; a banana do Equador; o pêssego da Grécia; e a batata pré-cozida da Europa, que estão prejudicando a comercialização dos produtos nacionais. Porto também explicou aos representantes do setor privado como devem proceder para pleitear a inserção desses produtos, que será feita pelo Mdic, via Camex.

Nova lista

O objetivo da nova lista de produtos é solucionar possíveis desequilíbrios causados por eventuais crises econômicas internacionais. Hoje, já existe uma lista de exceção à tarifa Externa Comum do Mercosul, composta também por 100 produtos, que podem ter a alíquota do imposto elevada ou reduzida, de acordo com a necessidade de cada país.

Para começar a valer, a decisão necessita ser incluída na legislação de todos os países membros do bloco: Argentina, Brasil Chile, Paraguai e Uruguai. Além disso, a lista também deve ser submetida aos demais parceiros que têm até 15 dias para contestar. A expectativa dos representantes da Camex é de que a lista de produtos escolhidos seja definida até abril, quando a medida também deve começar a vigorar.

O setor arrozeiro há tempos tenta incluir o setor na pauta alegando que a concorrência do produto do Mercosul é desleal e interfere nas cotações internas, além de desestimular a autossuficiência e a produção nacional. O Brasil importa, em média, um milhão de toneladas de arroz barato da Argentina, Uruguai e Paraguai, aproximadamente o mesmo volume de produto interno que é carreado para os estoques públicos, com gastos significativos para a Fazenda Nacional.

Com informações do MAPA

3 Comentários

  • Se não deixarem o arroz de fora dessa lista, Deus ouviu as nossas preces…Agora está mais do que na hora da Federarroz, Irga, Farsul e demais órgãos representantes de nossa classe elaborarem estudos conjuntos demonstrando que o País é autosuficiente há anos na produção de arroz e enviarem para o Mapa, do contrário essas importações predatórias vão continuar ad perpetuam. O cavalo está passando encilhado. Vamos nos unir e pressionar para que a TEC seja elevada a patamares máximos 35%! Não vai ser fácil, pois o lobby das indústrias argentinas, uruguaias e paraguaiais é muito forte…Eles exigem muito quando vão negociar e adoram meter arroz no meio dos negócios! Nada Srs. é mais importante que isso para a nossa classe, nem etanol, nem ração para porco, nem migração para a soja. Essa notícia significa a não extinção da espécie ARROZEIRO, se realmente concretizada. Poderá haver excesso de produção nacional, poderá, mas dai o país terá produto para exportar e vocês viram esse ano que o Brasil quando quer consegue exportar como ninguém? FINALMENTE UMA BOA NOTÍCIA…

  • CACHOEIRA DO SUL – FENARROZ – 02/02/2012 – às 14h.
    Reunião de toda classe produtiva do RS para debates e tomada de decisões quanto aos problemas que o setor primário está a sofrer por falta de política agrícola adequada brasileira. Apartir desta reunião que todos os pecuaristas, agricultores do RS de arroz, soja, trigo, milho,etc será desenvolvido um grande levate em defesa da classe produtiva do estado, que também irão aderir os produtores de SC e demias estados. É com a nossa união que iremos conseguir resolver os problemas graves que estamos enfrentando no setor primário. Trabalhamos sem saber o futuro de nossos investimentos, sem seguro, com parcos recursos e com muito riscos… Vamos para Cachoeira do Sul mostrar a força dos produtores do RS.

    Um abraço,

    Stella Luzardo Alves

  • se nao derem um jeito na nossa classe vamos virar pó… pois mais um ano de baixos preços e a vaca vai pro brejo… arroz nao quero mais vou aumentar areas de soja pois com todo o risco que tem ainda e mais rentavel que o arroz, qndo melhor o arroz ate volta a planta-lo, e recomendo a quem tem condiçoes a fazer o mesmo, pois so vejo promessas e disso ja estamos cheios, concreto so nossas dividas a serem cumpridas…

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter