Produtores joinvilenses de arroz, hortaliças e leite lidam com altos e baixos dos preços e safras

Eles provam que a fé e vontade são maiores do que as dificuldades que possam surgir.

A maior produção rural de Joinville vem das arrozeiras. Imensos campos encharcados e verdes cobrem boa parte da região rural da cidade. Mas trabalhar com este tipo de cultura é como viver numa montanha-russa. Às vezes, se está lá em cima, com bons preços e ótima produção.

Em outras, o valor da saca despenca e os agricultores ficam no vermelho. Mesmo assim, muita gente continua fazendo com que o cultivo de arroz seja a principal fonte de renda. Eles traduzem a esperança de dias melhores nas plantações que florescem a se perder de vista.

Às margens da SC-413, ou rodovia do Arroz, seu Hamilton Beninca, 56 anos, mora desde que nasceu. Tentou a vida na cidade, trabalhando com eletrônica, mas há sete anos voltou para a agricultura.

Boa parte das arrozeiras que estão na sua propriedade são arrendadas, mas são delas que vêm o principal sustento da família. Começou com quatro hectares de terras dedicados ao grão e hoje já são 12 (ou 120 mil m²).

Quando a produção é boa, são colhidos 120 sacos por hectare. Mas neste ano, houve uma quebra que gerou queda de 15% a 20% em todo o Estado.

— Não sei do que é, mas desconfio que é da semente. Acho que ela se tornou repetitiva, precisaria se desenvolver um novo tipo —, acredita o produtor.

Ele diz que o preço da saca aumentou – de R$ 20 para R$ 25 – , mas o lucro, em relação a 2011, se manteve o mesmo.

— Subiu o preço, mas caiu a produção. Então, não mudou nada —, analisa.

Ele também fala do aumento no custo da produção.

— Em 1998, a gente pagava R$ 70, R$ 80 por um galão de óleo diesel. Hoje, está R$ 500. E o preço da saca na época era cerca de R$ 15 —, lembra.

Mesmo assim, ele não pensa em sair da roça.

— Não me acostumaria mais a trabalhar numa empresa —, resume.

Para complementar a renda, seu Hamilton se dedica a outras culturas. Ele planta pupunha, vagem e produz pepino em conserva.

— Tem que ser assim, a gente vai se virando.

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