Levantamento da Federarroz indica água apenas para 59% da lavoura

 Levantamento da Federarroz indica água apenas para 59% da lavoura

Mananciais com pouca água é uma realidade em boa parte do Rio Grande do Sul

Mesmo com setembro e outubro chuvosos, déficit hídrico deve interferir na área cultivada.

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) concluiu esta semana o seu segundo levantamento de intenção de safra junto aos produtores dos 30 principais municípios produtores, através de consultas com técnicos e associações municipais. A alteração é pequena com relação à primeira consulta realizada na primeira semana de agosto.

Os níveis dos rios e barragens indicam que a capacidade de irrigação, até o momento, só permitiria aos arrozeiros gaúchos o plantio de 58,73% da área total consultada, com base na lavoura de 2010/11, que não apresentou restrição hídrica. Este volume equivale a 497.361,69 hectares. O déficit hídrico é de 41,27%, ou o equivalente a 349.570,31 mil hectares, contra 366,6 mil/ha apontados no levantamento anterior. Juntos, os 30 municípios da amostragem representaram na safra 2010/11 846,9 mil hectares cultivados.

Segundo o presidente da Federarroz, Renato Rocha, a situação continua preocupante. “Sem água, a cultura do arroz é inviabilizada. Tivemos uma chuva razoável esta semana, mas considerando que estamos há quase dois anos com deficiência hídrica, é preciso chover muito para recompor os mananciais ao nível necessário para uma safra cheia”, avalia.

Os municípios com menor capacidade de plantio, no momento, por alto déficit hídrico, são Dom Pedrito, Bagé, São Gabriel, Cacequi e Rosário do Sul, na Campanha, e Formigueiro, Restinga Sêca e São Sepé, na Depressão Central, com percentuais entre 20% e 30% de capacidade de irrigação das lavouras. Melhor situação vivem Viamão, Nova Santa Rita, Capivari, Santo Antônio da Patrulha, Santa Vitória do Palmar e Tapes, que repetirão integralmente as suas áreas, com suporte de suas barragens, rios e lagoas.

Renato Rocha considera que reforçado pelos estoques públicos e as importações do Mercosul, o suprimento brasileiro será suficiente para atender ao consumo nacional. Mas, alerta que, mantido o atual cenário, haverá redução da área cultivada e, muito provavelmente, da produção. E isso deverá manter os preços nos patamares atuais. “Principalmente porque o mercado internacional continua demando produto brasileiro, pois já chegamos a 1 milhão de toneladas exportadas, e, na medida em que consolidamos a presença brasileira, precisamos honrar os compromissos com nossos clientes”, cita.

Cerca de 80% da área que deixará de ser cultivada com arroz será destinada ao cultivo da soja em várzea, além de outras culturas do seco, que vem apresentando bons resultados com a adoção de tecnologias de cultivo em camalhão.

3 Comentários

  • os rios e lagoas ceram cheios novamente,as chuvas vão vir temos que ter fé,mas vai nos atrasar o plantio,teremos que ter tudo muito bem preparado para fazer uma planta rápida,depois as pessoas reclamam das chuvas mas precisamos dela se não como vamos sustentar nossa NAÇÃO.

  • Em Camaquã, choveu em média 40 mm este final de semana e marca chuva segundo site do irga de 219 mm até quarta feira a noite……vamos esperar e torcer para que isso se repita. A chuva segundo o mesmo site, aponta em média 200 mm para as regiões produtores até o feriado de 20 de setembro.

  • Em Arroio Grande choveu em média 62 mm nesse final de semana. Estamos esperando mais.

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