Preços ao produtor acumulam alta de 10,8% em setembro

 Preços ao produtor acumulam alta de 10,8% em setembro

Arroz ao consumidor também está com maior valor

Mesmo com alguns revezes, como o veto da volta da cobrança de PIS/COFINS sobre o arroz importado, setor produtivo mantém preços remuneradores pelo grão nacional.

A semana transcorreu sem sobressaltos para a comercialização do arroz no Brasil, que manteve sua trajetória de alta para a remuneração ao produtor na última semana de setembro, com preços fechando a R$ 39,34 nesta quinta-feira 27/9, com 10,82% de acumulação no mês. Esta performance mantém viva a expectativa dos produtores de entrarem outubro com os preços virando a casa dos R$ 40,00, o que poucos integrantes da cadeia produtiva acreditavam há cerca de 90 dias.

O cenário internacional, com aumento das importações chinesas, redução da safra indiana, política de formação de estoques da Tailândia, redução da área cultivada no Uruguai, na Argentina e no Rio Grande do Sul e Mato Grosso, no Brasil, reforça um “status” de estabilidade para os preços, fazendo prever um enxugamento da oferta inclusive na safra 2012/13.

De outra banda, no cenário nacional, percebe-se que o Brasil mantém um bom volume de exportação, a importação continua abaixo da média, os leilões do governo federal estão ajustados e sem volumes que afetem de forma mais séria o mercado, e o fluxo da oferta de arroz se mantém sem grandes alterações. As chuvas que ocorreram em setembro, embora tenham recuperado parcialmente os mananciais, cessaram na última semana. Bem como os analistas já falam na perda de força do El Niño, o que poderá comprometer a área a ser cultivada.

Nesta conjuntura, os preços médios do arroz seguem em alta. Segundo o indicador de preços do arroz em casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias – BM&F/Bovespa, após valorizar 15,82% em agosto, para R$ 35,50, nos 27 primeiros dias de setembro a saca (58×10), à vista, alcançou cotação média de R$ 39,34 no Rio Grande do Sul, acumulando valorização de 10,82% no mês. Em dólar, pela cotação desta quinta-feira, a saca equivalia a US$ 19,37.

Neste cenário, o mercado livre de arroz gaúcho tem preços firmes, com cotações entre R$ 38,50 e R$ 40,00, dependendo do tipo de contrato e do padrão do arroz. As indústrias fazem vistas grossas para o percentual de impurezas em boa parte dos negócios. No Litoral Norte as variedades nobres (64×6) são remuneradas na faixa de R$ 42,00 a R$ 43,00 por saca, com apreciação de R$ 1,00 na semana.

Em Santa Catarina os preços médios subiram para o patamar de R$ 35,00 a R$ 36,50, no Sul, mas os estoques do produtor já foram praticamente todos negociados com a indústria. No Mato Grosso, o aumento da busca por arroz do Sul do Brasil e dos países vizinhos mantém os preços aquecidos para os produtores que ainda dispõe de algum resíduo de produto, com cotações na faixa de R$ 54,00 a R$ 56,00 por saca de 60 quilos (55% acima).

Na última semana a imprensa de diversas praças importantes do Brasil divulgaram variação da cesta básica, com valorização importante do arroz (entre 2% e 4%) ao consumidor.

LEILÕES

No próximo dia 02/10, a Conab realiza o terceiro leilão de estoques públicos de arroz, repetindo o volume oferta no segundo leilão. Nestes pregões são três Avisos de Venda: 350, com oferta de 74.590 toneladas; 351, com oferta de 5.717 toneladas; e 352, com 48 toneladas. O total ofertado será de 80,3 mil toneladas. Até agora a Conab realizou dois leilões. No primeiro foram negociadas 43,8 mil toneladas, 87,2% da oferta total de 50,2 mil toneladas. O preço médio ponderado dos negócios fechados foi de R$ 35,54 por saco de 50 Kg. O segundo leilão de um total ofertado de 80,4 mil toneladas de arroz em casca, foram negociadas 58,9 mil/t, 73,2% da oferta, por um preço médio de R$ 37,35 por saco de 50 Kg. O preço médio ponderado de venda deste segundo leilão é 5,1% acima do verificado no leilão anterior. No segundo leilão, um lote de São Borja foi negociado a R$ 40,00 por saco de 50 Kg. O resultado dos leilões vem confirmando que o mercado passa por uma escassez de oferta e está dando sustentação aos preços do arroz em casca no mercado.

SAFRA

A última semana de setembro foi marcada pela volta do frio ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mesmo já na primavera, o que estaciona o desenvolvimento das lavouras. A expectativa de mais chuvas e recuperação dos mananciais, principalmente da Fronteira Oeste e Campanha foi adiada para outubro. Ainda assim, os especialistas já falam no enfraquecimento do El Niño e uma expectativa de que chova menos do que o esperado inicialmente. Isso faz com que a área cultivada mantenha a tendência de ser menor do que na safra passada não apenas no Rio Grande do Sul, mas também no Uruguai e parte da Argentina. Na última semana a cadeia produtiva uruguaia divulgou a possibilidade de uma retração de 24% no cultivo do País, levando em conta a falta de recursos hídricos e o alto custo de produção do arroz. Indústria e produtores enfrentam divergência quanto ao estabelecimento de preços para o grão.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica valorização de R$ 1,00 no preço referencial da saca de 50 quilos de arroz em casca (58×10) no mercado gaúcho em uma semana, agora cotada a R$ 39,00. A saca de 60 quilos de arroz branco manteve a cotação de R$ 76,00 sem ICMS/FOB. Os quebrados de arroz também mantiveram os preços, com o canjicão referenciado a R$ 38,00 e a quirera em R$ 34,00, ambos em sacas de 60 quilos (FOB/RS). O farelo de arroz, FOB/Arroio do Meio (RS), valorizou mais uma vez em função da baixa oferta de farelo de milho para as rações, passando de R$ 360,00 por tonelada para R$ 380,00.

1 Comentário

  • boa noit,vcs estão de parabéns por informar essas noticias por email aos produtores ,excelent mesmo ,continuem assim obrigado

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