A Budweiser conquista o Brasil: a cerveja de arroz
Em torno de 40% de sua composição é arroz. E mesmo assim passou Heineken e Original, e hoje tem 13,1% de um mercado de R$ 3 bilhões..
A Budweiser acaba de chegar ao topo do segmento de cervejas premium no Brasil. A marca está em baixa nos EUA. A cerveja tem sabor genérico. Em torno de 40% de sua composição é arroz. E mesmo assim passou Heineken e Original, e hoje tem 13,1% de um mercado de R$ 3 bilhões.
Como? Com ótima distribuição, muita propaganda, pinta de gringa e precinho bão. A Budweiser é da Ambev/Inbev, mesma da Brahma, Skol, Antarctica, etc. Portanto, chega a todos os pontos de venda do Brasil. A Ambev tem muita bala pra anunciar, e para patrocinar shows como os de Madonna, Lady Gaga, Britney Spears.
Contratou o lutador da UFC Anderson Silva, brasileiro que abafa nos EUA, para ser garoto propaganda. Imagino que nenhum deles consuma um mililitro de Budweiser, considerando seus índices de gordura e contas bancárias. Mas marketing é isso aí, o negócio dos EUA são os negócios, e a Bud é a América enlatada.
Se quiseres ler meus tostões sobre o que a Budweiser tem a ver com a morte de Steve Jobs e a decadência do american way of life, desce melhor com uma gelada.
Nunca neste país se bebeu tanta cerveja, sinal certo e internacional de aumento do poder de compra: em 2012 foram 13 bilhões de litros, receita total de R$ 62 bilhões. Hegemonia total da Ambev, alguns cachorros grandes entrando na rinha, e cada vez mais espaço para muitos competidores pequenos, locais, espertinhos.
Encontra-se India Pale Ale, Stout e Amber com alguma facilidade em grandes supermercados e bares descolados, locais e européias, caras e boas. Multiplicam-se os colunistas especializados em harmonização de cervejas. A breja ficou chique.
Rodam por aí caminhões vermelhos com o logo da Budweiser, e o slogan Great Times Are Coming. É o refrão e título do jingle cantado por Will.I.Am, dos Black Eyed Peas, no lançamento da cerveja por aqui. Meio God bless America, mas o Brasil também se ufanando de sua nova fase de país grande. Foi a estratégia desde o início: vender a Bud para os brasileiros que agora tem uns reais a mais. Você também pode beber a cerveja dos americanos! E a um precinho amigo, R$ 2 ou pouco mais.
Não eu ou meus camaradas. Tenho um amigo que só toma cerveja bacana. Ganha bem e gasta bem; não chega perto de cerveja brasileira nem na praia. Não tenho coragem nem cacife pra beber toda hora com ele, que sorve hectolitros de belgas e tchecas como se espoucasse uma latinha. É uma esbórnia trimestral e olhe lá.
Em comum, abominamos a Budweiser, e pensando bem não conheço quem curta. Tem piores – a Bud Light! Eu, bem, sei saborear as classudas. Mas na prática sou só mais um brasileirinho, um bebedor arroz-e-feijão. Pra minha brejinha do fim do dia, dos botecos e barracas, uma Skol redondinha resolve, uma Original de garrafa e está feita a alegria. Ambas, fazer o quê, da Ambev…
2 Comentários
Esse Forastieri, ou entende muito de cerveja, ou então acha que arroz é um produto que deve ser subestimado. Eu gosto muito da BUD, não tenho vergonha de dizer, e lamentei quando há algum tempo atrás saiu do mercado brasileiro. Ainda bem que agora ela votou e, segundo esse sujeito, com força total. Acho ótimo que tenhamos no nosso país uma cerveja que leva como base para sua fabricação o nosso nobre arroz. E, espero com ela, comemorar (ou bebemorar) no futuro próximo uma melhor condição de vida a todos os produtores de tão nobre produto/alimento, como é o arroz.
Muito bem observado, amigo Walter, além de comer o nosso arroz, nós também temos a perspectiva de bebe-lo, o que é pra lá de bom.
Melhor ainda é a implantação de um projeto já pronto de uma refinaria de produção de etanol de arroz na nossa vizinha cidade de Cristal.