Arroz irrigado de Roraima mantém produção estável

 Arroz irrigado de Roraima mantém produção estável

Cultivo do arroz irrigado em Roraima destaca-se no Norte do Brasil

Com áreas menores de produção os rizicultores de Roraima arrendam terras e buscam na tecnologia soluções para produzirem mais. Na próxima quinta-feira começa a abertura da colheita no estado
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A abertura oficial da “Colheita do Arroz em Roraima”, como ocorre todos os anos, será no dia 26/01, sábado, na Fazenda Smith, de propriedade do empresário rural, Tiarajú Faccio, localizada na BR 401 – Km 29, sentido Boa Vista – Bonfim. A safra que hora será colhida é resultante da época mais adequada de semeadura que em Roraima vai de setembro a novembro. Estima-se produção de 1,3 milhão de sacas de arroz em área de 11 mil hectares, o mesmo desempenho alcançado na safra passada.

Apesar das dificuldades enfrentadas a partir de 2009, em razão da redução das áreas com aptidão para o cultivo de arroz irrigado – muitas delas homologadas pelo Governo Federal como Terras indígenas na Raposa Serra do Sol, a Associação dos Arrozeiros de Roraima (AARR) encontrou soluções tecnológicas para aumentar a produtividade do arroz que diariamente a população roraimense está habituada a consumir – o tipo agulhinha, “longo e fino” produzido, principalmente, pelas cultivares IRGA 417, BR IRGA 409, Puitá INTA CL e mais recentemente BR IRGA 424 CL, com tecnologias mais adequadas para alcançar boas produtividades e, com isso, manter a atividade cada vez mais forte.

O empresário rural, Tiaraju Faccio, proprietário da Fazenda, confirma que o evento da Colheita 2012/2013 é excelente para mostrar a produção de Roraima e os desafios tecnológicos. “Para essa safra arrendamos outras terras e buscamos outras variedades de arroz e mudamos o sistema de manejo de formar a aperfeiçoar o resultado”, disse.

Segundo o presidente da AARR, Genor Faccio, o aumento, tanto da produção quanto da produtividade, é bastante lento em decorrência dos investimentos em infraestrutura que a atividade requer: energia elétrica confiável para o bombeamento da água de irrigação; canais permanentes de irrigação; de drenagem; estradas e pontes bem conservadas; áreas adequadas para a irrigação, sem alagamento natural durante o ciclo da cultura; e solos com pouca declividade e mal drenados.

“É um desafio produzir arroz irrigado em Roraima em meio a tantas dificuldades. As melhores áreas ficaram dentro das terras indígenas. As que cultivamos, atualmente, são áreas bem menores. Buscamos por esta razão tecnologias mais apropriadas para aumentar a produtividade”, ressaltou.

Para ele, é preciso aumentar a produção e seria necessário nesta atividade, o ingresso de mais produtores, neste caso, pequenos e médios, pois não existem maiores áreas disponíveis para grandes lavouras. A AARR conta hoje com 16 associados que, segundo Faccio, há 20 anos produzem arroz.

“Para o abastecimento do mercado roraimense sofremos concorrência injusta a nosso ver, com o arroz proveniente dos Estados do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul que têm um custo de produção menor que o nosso e ainda são isentos de ICM, em razão dos incentivos fiscais proporcionados pela Área de Livre Comércio de Boa Vista”, ressaltou.

Faccio reafirma que os rizicultores locais produzem com um custo maior e não usufruem da renúncia fiscal da ALC que está disponível somente aos concorrentes externos.

Mesmo com a concorrência desleal de outros estados a AARR se mostra otimista e diz que a produção de arroz irrigado vai crescer, pois além de abastecer o mercado local é preciso suprir o regional, principalmente, o Amazonas que consome 70% da atual produção, trazendo importantes divisas para o Estado desenvolver, gerando à cadeia produtiva do arroz irrigado em torno de seis mil empregos diretos e indiretos.

A técnica de plantio e da colheita do arroz, segundo a AARR, os rizicultores já conhecem bem. Embora o custo do Arroz irrigado seja alto a busca por financiamentos junto aos bancos pelos associados é baixa, pois a maioria se autofinancia.

MONOCULTURA

A AARR afirma que as várzeas cultivadas com arroz irrigado em Roraima são mantidas em descanso, na grande maioria são utilizadas na entressafra com a criação de bovinos que consomem a sobra da palha da colheita e a rebrota da soca do arroz. A associação confirma que não há, portanto, monocultivo ou monocultura nas áreas onde se cultiva o arroz irrigado, pois o que se faz nestas é uma integração lavoura/pecuária.

Mesmo que não se utilizasse a integração lavoura/pecuária ou o descanso da terra na entressafra do arroz, não haveria possibilidade de se caracterizar a atividade como monocultivo ou monocultura em uma área tão pequena quanto a que é utilizada em Roraima, apenas 11 mil hectares.

Os associados da AARR aguardam a sanção do Projeto do Governo Federal cujo objetivo é incentivar o aumento da produtividade com vários incentivos fiscais, destinados a projetos públicos e privados de irrigação e estímulos de contratação do seguro rural por produtores que pratiquem agricultura irrigada.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima (FAERR), outras culturas podem e precisam ser adotadas para que o estado tenha outras formas de impulsionar o setor. “É fundamental para que possamos ir mais longe. O Arroz já está consolidado e os rizicultores estão bem organizados para isso. Agora precisamos vislumbrar outros caminhos, tomemos como exemplo a AARR que buscou soluções inteligentes e agora mostra os resultados”, contribuiu.

A abertura oficial da “Colheita do Arroz Irrigado” será dia 26/01, entretanto nos dias 24 e 25 de janeiro serão ministradas palestras técnicas sobre a cultura do arroz no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/RR) – em frente à Feira São Francisco. Outras informações sobre o evento nos telefones: 9971 – 1142 e 3224 – 7024.

PROGRAMAÇÃO

24/01 – QUINTA-FEIRA
Local: Av. Major Williams nº1018 – Auditório Antônio Ernesto Werna de Salvo – Sede do SENAR

19:30 – Abertura do Evento pelo Presidente da Associação dos Arrozeiros de Roraima – AARR, Genor Faccio e pelo Presidente do Sistema FAERR/SENAR, Almir Morais Sá;
19:40 – Palestrante: Dr. José Alberto Noldin – Pesquisador da EPAGRI/SC
Tema: “Manejo Integrado de Plantas Daninhas na Cultura do Arroz Irrigado”
20:40 – Debates

25/01 – SEXTA-FEIRA
Local: Av. Major Williams nº1018 – Auditório Antônio Ernesto Werna de Salvo – Sede do SENAR

19:00 – Palestrante: Deputado Federal e Engenheiro Agrônomo Valdir Colatto
Tema: “A Implantação do Novo Código Florestal Brasileiro e seus Impactos”
20:00 – Debates
20:30 – Palestrante: Prof. Dr. Luis Carlos Baldicero Molion
Tema: “Aquecimento Global: Fatos e mitos”
21:30 – Debates

26/01 – SÁBADO – DIA DE CAMPO
Local: Fazenda SMITH – BR 401, KM 29 – Município: Bonfim

09:00 – Abertura
09:15 – Palestras EMBRAPA
– Palestrante: Antônio Carlos Centeno Cordeiro
Tema: “Cultivares Indicados para Roraima”
– Palestrante: Roberto Dantas de Medeiros
Tema: “Manejo da Cultura do Arroz Irrigado”
– Palestrante: Elisângela Morais
Tema: “Pragas de Importância na Cultura de Arroz Irrigado”
11:15 – Colheita Oficial do Arroz e Visitação à Lavoura
12:00 – Pronunciamento das Autoridades
13:00 – Almoço seguido de música ao vivo

FONTE: AARR

2 Comentários

  • 1.300 mil tons??

  • Quem conhece o mercado de Manaus, sabe que esses Faccios e o Quartiero, quando plantavam nas terras do índios deitavam e rolavam vendendo arroz barato em Boa Vista e Manaus, agora que perderam a teta, tão reclamando de concorrência desleal, de incentivos fiscais que não tem e da área de livre comércio. Eles tem mais é que sentarem no toco e queimar um pouco da fortuna que fizeram ao longo de todos esses anos. OLHO VIVO PESSOAL, nada de cair em conversa fiada dos LOBOS DISFARÇADOS DE OVELHA!!!!!

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