Equilíbrio

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Conab precisa acertar
em preços e volumes
ofertados nos leilões.

O mercado brasileiro de arroz vive um momento de alta de preços aos produtores. Poucos, especialmente em Santa Catarina e na depressão central gaúcha, tiveram arroz para a comercialização quando os preços evoluíram ao patamar acima de R$ 35,00. Boa parte dos produtores acabou negociando arroz no primeiro semestre, pela pressão de dívidas e falta de acesso ao crédito oficial. Com a oferta restrita por parte dos produtores e a indústria pressionando, num primeiro momento, pela liberação de estoques, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deu início, no final de agosto, aos leilões de comercialização de arroz desde a safra 2005/06, dos estoques oficiais.

Os primeiros leilões foram considerados “adequados” pelo setor produtivo, mas a evolução do cenário mostrou alguns descompassos. O uso de uma tabela de deságio, a programação semanal e o volume (acima de 80 mil toneladas por data de leilões) levou o setor a reagir. A oferta dos estoques públicos neste sistema tornou-se, além de competitiva, fator de risco ao mercado. “Esperamos da Conab que ela realize, sim, as ofertas, mas em volumes e valores compatíveis com a realidade do mercado. E os mecanismos hoje utilizados estão dissociados do mercado e em descompasso com o enorme esforço do governo e do setor produtivo pela recuperação da renda ao setor”, enfatizou Daire Coutinho, vice-presidente da Federarroz.

Neste ano comercial, já foram ofertadas 518,4 mil toneladas, com a negociação de 245,1 mil toneladas (47,3%) por um preço médio de R$ 36,44 a saca, segundo acompanhamento da Agrotendências Consultoria em Agronegócios. Isto indica, para o setor, que os volumes ofertados podem ser reduzidos. Para a cadeia produtiva, essas 245 mil toneladas comercializadas são significativas por abrirem espaço nos armazéns e retirarem do governo o ônus do carregamento de safras velhas. “Mas não pode ser a qualquer preço”, afirma Renato Rocha, presidente da Federarroz.

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