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Burle: garantia da preservação das variedades de arroz

Sementes das coleções nucleares de arroz da Embrapa vão para
um banco genético norueguês

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O Banco Global de Sementes de Svalbard, na cidade de Longyearbuen, na Noruega, uma das referências mundiais para a preservação de sementes, recebeu em outubro as coleções nucleares de arroz e milho da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Foram 264 acessos de milho e 541 acessos de arroz. Acessos são amostras de sementes representativas das espécies. A iniciativa decorre de um acordo entre a Embrapa e o Real Ministério de Agricultura e Alimentação da Noruega, firmado em 2008. As sementes enviadas compõem as coleções de arroz e milho das seguintes unidades de pesquisa da Embrapa: Arroz e Feijão (GO), Milho e Sorgo (MG) e Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF).

Segundo a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Marília Burle, que coordenou a ação, o termo coleção nuclear é definido no meio científico como um grupo limitado de acessos derivados de uma coleção vegetal, escolhido para representar a variabilidade genética da coleção inteira. Tradicionalmente, as coleções nucleares são estabelecidas com tamanho em torno de 10% dos acessos de toda a coleção original e incluem aproximadamente 70% no acervo genético.

A seleção de genótipos para a obtenção de uma coleção nuclear utiliza estratégias que envolvem diversas intensidades e métodos de amostragem. “São coleções pequenas, mas estratégicas. Apesar do número reduzido de acessos, representam grande parte da variabilidade genética das espécies vegetais e normalmente não contêm duplicatas”, explica Burle. No caso do arroz, por exemplo, há cerca de 10 mil acessos que fazem parte do banco da Embrapa Arroz e Feijão, e foram encaminhados 541 acessos, ou 5%.

Na verdade, as coleções nucleares são recomendadas pelo banco de Svalbard, como deixou claro o coordenador de operações, Ola Westengen, visto que garantem a conservação das espécies e ocupam menos espaço no banco, que tem capacidade para 4,5 milhões de amostras de sementes de todas as partes do mundo. As coleções enviadas são provenientes dos bancos ativos de germoplasma de arroz e milho, situados na Embrapa Arroz e Feijão e na Embrapa Milho e Sorgo, respectivamente. As amostras foram preparadas pelos curadores Paulo Hideo Rangel, de arroz, e Flávia Teixeira, de milho. Depois, foram encaminhadas para a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, onde as sementes foram conferidas, desidratadas, documentadas e embaladas pelo analista e curador de cereais Leonel Neto.

A escolha dessas culturas atende a uma das recomendações do banco de Svalbard quanto à relevância para a segurança alimentar e agricultura sustentável. Além disso, como afirma Burle, são culturas que, apesar de não serem originárias do Brasil, são cultivadas no país há séculos e, por isso, possuem características de rusticidade e adaptabilidade às condições nacionais.

Coleção nuclear de arroz da Embrapa

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