Perspectivas para o arroz são positivas, mas exigem cautela e bom senso

 Perspectivas para o arroz são positivas, mas exigem cautela e bom senso

Barata: balança comercial será determinante na formação de preços

Tiago Sarmento Barata, da Agrotendências, garante que o primeiro semestre é o melhor momento para exportar.

As perspectivas para o mercado brasileiro de arroz em 2013 foram o tema da palestra apresentada pelo consultor da Agrotendências, Tiago Sarmento Barata, durante evento que integra a programação da 23ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz em Restinga Seca (RS), nesta sexta-feira, dia 22 de fevereiro. Na análise do especialista, os fundamentos desta safra apontam para uma relação de oferta e demanda bastante ajustada dando condições para a manutenção dos preços firmes.

De acordo com Barata, a tendência é de que os preços registrem uma queda neste início de ano em razão da maior oferta de produto logo após a safra, mas esse cenário de preços menores também tem seu lado positivo, pois favorece as exportações devido à entressafra nos países da Ásia, ajusta o estoque nacional e ajuda a alavancar melhores preços no segundo semestre. “Em grande parte a recuperação dos preços no mercado doméstico se deve à organização da classe produtiva, ou seja, temos uma safra mais ajustada ao consumo, produtores com maior capacidade de retenção da produção e com a soja em seu portfólio para comercializar no primeiro semestre”, observou.

Outro aspecto positivo, na análise do consultor, foi a renegociação das dívidas dos arrozeiros. Embora a questão dos preços seja bastante complexa no Brasil, conforme Barata, ainda é possível projetar uma valorização do produto no mercado doméstico. “Os preços tiveram uma recuperação em 2012 e para este ano teremos uma safra dentro da normalidade. O consumo é teoricamente estável e o estoque público menor implica também na menor capacidade de o governo intervir no mercado. Haverá um peso importante da balança comercial, a relação entre as exportações e das importações. A projeção da Companhia Nacional de Abastecimento, que aponta exportações de 1,1 milhão de toneladas e importações de 900 mil toneladas, pelo menos por enquanto, pode ser vista como especulação”, pondera.

Segundo ele, para que se confirme a expectativa da Conab, o arroz brasileiro precisa ter preços competitivos no mercado internacional. Por outro lado, conforme Barata há o risco de incremento das importações do Mercosul em razão da perspectiva de aprovação do estabelecimento de cotas para a entrada do grão dos países do bloco, o que pode contribuir para que antecipem seus embarques ao Brasil. “Atualmente, as exportações brasileiras de arroz tem como destino a África (65%), Nicarágua (15%), Venezuela e Peru (12%) e Europa (7%). Já o perfil das vendas para o mercado externo correspondem a 57% de arroz beneficiado, 29% de quebrados, 9% de casca e 3,4% de descascado”, relacionoa.

Apesar destes fatores, que exigem cautela e bom senso, a expectativa para 2013 é positiva, na visão de Barata. “As exportações assumem papel fundamental nestes seis primeiros meses do ano. O momento de enxugar o excedente é neste primeiro semestre. Mas não podemos deixar que esta situação mais confortável em termos de preços mascare dificuldades crônicas que ameaçam a cadeia produtiva do arroz como a queda no consumo, os gargalos logísticos e a tributação”, conclui.

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