Safra de arroz orgânico dos assentamentos é aberta no RS

 Safra de arroz orgânico dos assentamentos é aberta no RS

Autoridades se fizeram presentes à abertura da safra de arroz orgânico

A experiência do arroz nos assentamentos gaúchos deve servir como base para outras iniciativas agroecológicas em outros Estados.

15 03 arroz rs marjaO arroz agroecológico já é uma marca da reforma agrária no Rio Grande do Sul (RS). Celebrando este feito, cerca de 700 pessoas estiveram na 10ª Abertura da Colheita do Arroz Agroecológica realizada esta manhã no assentamento Filhos de Sepé, em Viamão. Nesta safra, 439 famílias de 24 assentamentos em 15 municípios gaúchos devem produzir cerca de 290 mil sacas (14,5 mil toneladas) de arroz. São 3,4 mil hectares cultivados sem agrotóxicos, respeitando o meio ambiente e o consumidor.

"Mudar o modelo agrícola, produzir de maneira saudável é nossa tarefa e nossa responsabilidade. Fazer a reforma agrária é uma das coisas mais modernas que existe na atualidade", afirmou o representante da Direção Nacional do MST, Gilmar Mauro.

A experiência do arroz nos assentamentos gaúchos deve servir como base para outras iniciativas agroecológicas em outros Estados. Mauro lembrou que tudo começa com o acesso à terra.

Qualificação

O presidente do Incra, Carlos Guedes, informou que o Instituto tem 600 imóveis rurais – cerca de R$1,2 milhões de hectares – em processo adiantado de obtenção. Destes, 270 estão aguardando decisões judiciais. Guedes lembrou ainda que mais de 87 milhões de hectares já foram incorporados pela reforma agrária, e que é compromisso do governo acelerar e qualificar tanto a obtenção de terras quanto o desenvolvimento dos assentamentos.

"Precisamos dar um salto. Temos 950 mil famílias assentadas, quase 60% nos últimos 10 anos. É hora de qualificar este processo. Não há contradição nisto e em acelerar a obtenção de terras", afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. A integração de políticas públicas é uma das estratégias: o ministro citou a extensão do programa Minha Casa, Minha Vida às famílias assentadas, com normativa já publicada. Também a implementação do Água Para Todos, através do Ministério da Integração Nacional, vai favorecer os assentamentos, como o que já ocorre com o Luz Para Todos, do Ministério de Minas e Energia.

Para o governador Tarso Genro, a produção sadia, um novo modo de vida e de organização social é um dos desafios atuais. "Temos que continuar a batalha da reforma agrária", afirmou.

Comercialização

Políticas públicas que garantem a venda dos produtos e renda aos agricultores também foram lembradas. Atualmente, 40% da produção de arroz agroecológico dos assentamentos do RS é comercializada para a Conab, 37% chega às merendas escolares através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Durante a cerimônia, foi assinada uma CPR-Estoque, que é uma modalidade do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab, no valor de R$ 1,5 milhão. Também foi entregue uma retroescavadeira, adquirida através de uma parceria entre a Cooperativa Central dos Assentamentos do RS (Coceargs), o governo estadual e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

Também estiveram presentes no evento o Secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, o delegado federal do MDA no RS, Marcos Carlos Regelin, o superintendente regional do Incra/RS, Roberto Ramos, prefeitos, deputados estaduais e federais, representantes de entidades e famílias de diversos assentamentos.

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