Gafanhotos ameaçam provocar crise alimentar na África
Segundo uma missão de avaliação realizada recentemente pela FAO no Madagáscar, as perdas de arroz e de milho oscilam entre 40 e 70% em algumas regiões do país, ou até mesmo 100% em algumas parcelas.
"Uma campanha de luta de grande envergadura requer a mobilização urgente de um mínimo de 22 milhões de dólares (…). No entanto, até ao momento, os fundos concedidos em resposta aos apelos da FAO são manifestamente insuficientes", acrescentou a organização em comunicado.
A FAO considera que, até setembro, dois terços do país estarão infestados de gafanhotos.
A segurança alimentar e os meios de existência de cerca de 13 milhões de habitantes estão ameaçados. Isso representa perto de 60% da população total da ilha, dos quais nove milhões são directamente dependentes da agricultura para se alimentar e viver.
O director-geral da FAO, José Graziano da Silva, destacou a importância da prevenção e da resposta rápida: "Se não agirmos imediatamente, a praga pode durar anos e custar centenas de milhões de dólares. Esta poderia, então, ser a nossa última janela de oportunidade para evitar uma crise prolongada", declarou.
Uma campanha de luta realizada a tempo contra o recrudescimento do surto de gafanhotos no Madagáscar em 2011/2012 custou 14,5 milhões de dólares. No entanto, a FAO recebeu apenas metade dos fundos necessários, sendo forçada a lançar outra campanha que contou com apenas um quarto dos financiamentos solicitados em 2011/12.
A fim de ser capaz de enviar, em setembro, todo o equipamento e pessoal necessário para uma campanha de anti-gafanhotos em grande escala, os fundos devem ser alocados até julho.
Segundo uma missão de avaliação realizada recentemente pela FAO no Madagáscar, as perdas de arroz e de milho oscilam entre 40 e 70% em algumas regiões do país, ou até mesmo 100% em algumas parcelas.
De acordo com estimativas da FAO, as perdas de produção de arroz pode chegar a 630 mil toneladas, equivalente a cerca de 25% da procura total de arroz no país, o que teria graves repercussões sobre a segurança alimentar e nutricional e sobre os meios de existência dos grupos mais vulneráveis. O arroz é o principal alimento de base no Madagáscar.
